Wednesday, December 31, 2008
Sunday, December 21, 2008
O Natal está aí? quem diria!!!...
Coloco a minha aura azul e saio para a rua
num dia bonito de sol; a geada com traços
de neve persiste nos cantos sombrios;
a sombra esconde o ar agreste do vento
da serra; três mulheres de negros vestidos
gralham no jardim, sentadas na beira do banco;
um par de namorados aos longos abraços,
o rapaz grava em risos a vistosa figura
da rapariga; a luz natural acende os brilhos
dos enfeites natalícios, vermelhos e prata;
há gente que vai e vem sem destino;
o escultor molda nas suas imagens o alento
da pedra aos pés da Catedral; entretanto,
some o dia em neblina de encantamento,
acima da marca visível do horizonte,
uma cor azul-turquesa imaculada...
.............................................
FELIZ NATAL A TODOS!!!
.............................................
Sunday, December 14, 2008
Cai neve
Saturday, December 06, 2008
Parece que foi ontem...
Dois anos são uma vida
Está toda a gente mais crescida!
Como é que isso aconteceu?
Ninguém deu conta de nada!
No fim desta encruzilhada
Voltamos os olhos atrás
e que vemos? Estou pasmada!
Tanto caminho se andou
tanto que se aprendeu
tantas palavras trocadas
tantas palavras escritas
tantas palavras não ditas
tantos risos e suspiros
E agora chega mansinha
a saudade a nostalgia
a vontade de ficar
o desejo de seguir
sem nunca excluir
cada passo cada dia
cada erro cada acerto
ficamos todos mais perto
mesmo que seja em silêncio
sereno de cumplicidade..
mesmo que fique cá dentro
a aventura que não se vê...
Palavras então para quê,
se dizemos tudo sem dizer nada?
( anteriormente publicado em http://www.diabretesdasletras.blogspot.com/ e http://www.piratasdasabedoria.blogspot.com/)
Para:
os meus alunos de 36 anos,
os que seguiram os meus passos,
os que escolheram outros caminhos,
os que ainda me recordam,
os que me esqueceram,
os meus colegas que caminharam ao meu lado,
os colegas que caminharam mais ao lado,
os que caminharam longe de mim,
os que lutam,
os que não lutam tanto,
os Pais dos meus alunos,
os Pais que foram meus alunos,
os filhos (que foram meus alunos)
dos pais que foram meus alunos...
aos amigos...
ao actual ME e PM , que conseguiram unir os Professores de forma inimaginável...
Está toda a gente mais crescida!
Como é que isso aconteceu?
Ninguém deu conta de nada!
No fim desta encruzilhada
Voltamos os olhos atrás
e que vemos? Estou pasmada!
Tanto caminho se andou
tanto que se aprendeu
tantas palavras trocadas
tantas palavras escritas
tantas palavras não ditas
tantos risos e suspiros
E agora chega mansinha
a saudade a nostalgia
a vontade de ficar
o desejo de seguir
sem nunca excluir
cada passo cada dia
cada erro cada acerto
ficamos todos mais perto
mesmo que seja em silêncio
sereno de cumplicidade..
mesmo que fique cá dentro
a aventura que não se vê...
Palavras então para quê,
se dizemos tudo sem dizer nada?
( anteriormente publicado em http://www.diabretesdasletras.blogspot.com/ e http://www.piratasdasabedoria.blogspot.com/)
Para:
os meus alunos de 36 anos,
os que seguiram os meus passos,
os que escolheram outros caminhos,
os que ainda me recordam,
os que me esqueceram,
os meus colegas que caminharam ao meu lado,
os colegas que caminharam mais ao lado,
os que caminharam longe de mim,
os que lutam,
os que não lutam tanto,
os Pais dos meus alunos,
os Pais que foram meus alunos,
os filhos (que foram meus alunos)
dos pais que foram meus alunos...
aos amigos...
ao actual ME e PM , que conseguiram unir os Professores de forma inimaginável...
Nem sei se é noite se é tarde se escuridão simplesmente
A lareira brilha
esconde no fogo
a tarde escura
fora de portas
e a triste chuva
cai-sem-cair nem
sabe se é chuva
a televisão em ponto
morto em música
repetida e lenta
a roupa sobre a tábua
lisa e pachorrenta
o ferro sobre a roupa
passa-que-passa
pára e repassa
a cabeça na lua
jornais caídos no sofá
revistas fechadas
num canto esquecido
livros lidos nunca-lidos
talvez-lidos repetidos
um-dia-hão-de ser-lidos
lidos repetidamente
nos mesmos capítulos
as fotos nas molduras
de sempre-para-sempre
o quadro das mulheres
com cores imaginárias
os bibelôs barrigudos
em estantes de granito
a lareira o único grito
de calor de luz e vida
a mão agarra o ferro
sobre a roupa sobre
a tábua tão quieta
a lareira quente
e desperta...
esconde no fogo
a tarde escura
fora de portas
e a triste chuva
cai-sem-cair nem
sabe se é chuva
a televisão em ponto
morto em música
repetida e lenta
a roupa sobre a tábua
lisa e pachorrenta
o ferro sobre a roupa
passa-que-passa
pára e repassa
a cabeça na lua
jornais caídos no sofá
revistas fechadas
num canto esquecido
livros lidos nunca-lidos
talvez-lidos repetidos
um-dia-hão-de ser-lidos
lidos repetidamente
nos mesmos capítulos
as fotos nas molduras
de sempre-para-sempre
o quadro das mulheres
com cores imaginárias
os bibelôs barrigudos
em estantes de granito
a lareira o único grito
de calor de luz e vida
a mão agarra o ferro
sobre a roupa sobre
a tábua tão quieta
a lareira quente
e desperta...
Wednesday, December 03, 2008
Sunday, November 30, 2008
Saturday, November 29, 2008
Neve...
Friday, November 28, 2008
Talvez a neve...
Um bando de pardais
perfiladitos no muro...
veio o vento frio e duro
e todos partiram sem mais
endiabrados em gritaria absurda...
as pombas desorientadas
procuram migalhas espalhadas
às voltas no chão cinzento
de pedra, o céu pardacento
anunciando neve ...
talvez...
Tuesday, November 11, 2008
Eu decido - parte II
Quero escolher a hora
de partir numa manhã
com cheiro a tílias,
não quero trazer pó
nas solas dos sapatos,
bato com força os pés,
a desfazer o triste nó
que trazia em mim
nesta cena de fim,
levanto a cabeça,
como sempre,
insubmissa, decidida
para seguir a vida
sem olhar
nem uma vez
para trás…
… as tílias seguirão
junto ao portão
como é habitual,
do lado de fora…
… como eu,
e, contudo…
… apesar de tudo,
sempre vivas
e verticais …
de partir numa manhã
com cheiro a tílias,
não quero trazer pó
nas solas dos sapatos,
bato com força os pés,
a desfazer o triste nó
que trazia em mim
nesta cena de fim,
levanto a cabeça,
como sempre,
insubmissa, decidida
para seguir a vida
sem olhar
nem uma vez
para trás…
… as tílias seguirão
junto ao portão
como é habitual,
do lado de fora…
… como eu,
e, contudo…
… apesar de tudo,
sempre vivas
e verticais …
...................
...................
...................
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Estes três mais recentes posts eu dedico:
Aos colegas que na minha Escola e noutras se têm aposentado, muitas vezes, antecipadamente nestes últimos anos;
em particular, às colegas do Departamento de Línguas da Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Santa Clara da Guarda;
e ainda, mais particularmente, aos que foram professores/as da minha filha ( uma delas recebeu o "recado" da aposentação hoje e estava de lágrimas nos olhos ... ) .
Aos meus alunos de 36 anos - da Escola Preparatória Silva Gaio, Coimbra; Escola Preparatória de Anadia; Escola Preparatória General João de Almeida, posteriormente, Escola Preparatória da Guarda, actualmente, Escola Básica dos 2º e 3º ciclos de Santa Clara da Guarda
Labels:
amores de livros e tílias,
decido,
verticalidade
Intermezzo
( a Biblioteca
mudou de lugar
alguém descobriu
que os livros
da última estante
- principalmente!-
paravam um instante
de contar histórias
e dizer palavras
para namorar
as tílias paradas
ao fundo do portão…
agora as últimas folhas
rumorejam cem cessar
segredos de amores
e saudades..)
mudou de lugar
alguém descobriu
que os livros
da última estante
- principalmente!-
paravam um instante
de contar histórias
e dizer palavras
para namorar
as tílias paradas
ao fundo do portão…
agora as últimas folhas
rumorejam cem cessar
segredos de amores
e saudades..)
Eu decido - parte I
pois quero ser eu
a escolher a hora
da partida,
quero uma manhã serena
com vontade imensa
um desejo intenso
de fazer gazeta,
ir até ao parque
declamar por inteiro
a Nau Catrineta:
o afoito marinheiro
sobe ao tope real
num banco de pedra,
afirma-se bem:
vê terras de Espanha
e areias de Portugal,
imagina-se uma Infanta
com três filhas à espera
debaixo de plátanos
de um fingido laranjal,
e, Garrinchas, pelo Natal,
inventa uma consoada
pueril e abençoada,
no cimo da colina nevada,
junto à ermida solitária,
não se abre a montanha
à voz de “abre-te, Sésamo”,
mas a imaginação pode tudo
e os montes, num murmúrio,
desvendam lendas e fábulas,
e, nos vinhedos, uma mãe
faz a trança à filha,
muitas lembranças boas
( lembranças más,
quem as quer agitar
neste momento?)
dispersas pelas paredes
que atravessam as portas
e partem soltas, livres, à toa
pelas encostas perto da torre
num castelo de antigamente,
nem Ítaca, nem Tróia,
nem descida ao Inferno,
nem impiedoso Inverno,
apenas outro caminho,
apenas outras viagens,
novas encruzilhadas…
a escolher a hora
da partida,
quero uma manhã serena
com vontade imensa
um desejo intenso
de fazer gazeta,
ir até ao parque
declamar por inteiro
a Nau Catrineta:
o afoito marinheiro
sobe ao tope real
num banco de pedra,
afirma-se bem:
vê terras de Espanha
e areias de Portugal,
imagina-se uma Infanta
com três filhas à espera
debaixo de plátanos
de um fingido laranjal,
e, Garrinchas, pelo Natal,
inventa uma consoada
pueril e abençoada,
no cimo da colina nevada,
junto à ermida solitária,
não se abre a montanha
à voz de “abre-te, Sésamo”,
mas a imaginação pode tudo
e os montes, num murmúrio,
desvendam lendas e fábulas,
e, nos vinhedos, uma mãe
faz a trança à filha,
muitas lembranças boas
( lembranças más,
quem as quer agitar
neste momento?)
dispersas pelas paredes
que atravessam as portas
e partem soltas, livres, à toa
pelas encostas perto da torre
num castelo de antigamente,
nem Ítaca, nem Tróia,
nem descida ao Inferno,
nem impiedoso Inverno,
apenas outro caminho,
apenas outras viagens,
novas encruzilhadas…
Monday, October 27, 2008
Mudam-se tempos e ventos
Uma vez era um ninho de amor e vida;
outro tempo, a noite chegou, escondida,
os homens desertaram, as aves fugiram;
dia a dia, as paredes murcharam e caíram
como folhas mortas num outono triste;
em cada pedra seca, o velho umbral,
à entrada da antiga porta, resiste;
o céu acomodou-se a esta moldura
improvisada, terna e intemporal;
passaram tempos e marés,
veio o império soberbo do betão,
arrancou árvores, tapou o sol,
escondeu o azul, cortou o coração:
e, agora, ao passar o umbral pasmado
daquela antiga porta, a parede crua
roubou a alma do lugar e do passado;
descubro, ainda alta, no azul-noite, a lua!
.............................................................................................................
Friday, October 24, 2008
Palavras soltas à volta de um castanheiro
vendaval de desesperança
bonança
limpidez do ser
céu azul
nas entrelinhas tresler
linha perpétua
desesperada a régua
no horizonte longínquo
rosa oblíquo
sem chegada sem partida
despida
viagem adiada
palavra nada inspirada
desfeita em acrónimo
de despoeta anónimo
no castanheiro
o primício
ouriço
inteiro
inflecte
reflecte
cai ou não
introspecção…
bonança
limpidez do ser
céu azul
nas entrelinhas tresler
linha perpétua
desesperada a régua
no horizonte longínquo
rosa oblíquo
sem chegada sem partida
despida
viagem adiada
palavra nada inspirada
desfeita em acrónimo
de despoeta anónimo
no castanheiro
o primício
ouriço
inteiro
inflecte
reflecte
cai ou não
introspecção…
Monday, October 20, 2008
Passeio
Sunday, October 12, 2008
Meu país desgraçado... - Sebastião da Gama
Meu país desgraçado!...
e no entanto há Sol a cada canto
e não há mar tão lindo noutro lado.
Nem há céu mais alegre do que o nosso,
Nem pássaros, nem águas…
Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?
Meu Povo
de cabeça pendida,
mãos caídas,de olhos sem fé
- busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclamam filhos mais robustos!
Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem forças, sem haveres!
- olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!
( hoje excepcionalmente, a voz ao poeta/professor de afectos/amante da vida... porque sim!)
e no entanto há Sol a cada canto
e não há mar tão lindo noutro lado.
Nem há céu mais alegre do que o nosso,
Nem pássaros, nem águas…
Meu país desgraçado!...
Por que fatal engano?
Que malévolos crimes
teus direitos de berço violaram?
Meu Povo
de cabeça pendida,
mãos caídas,de olhos sem fé
- busca, dentro de ti, fora de ti, aonde
a causa da miséria se te esconde.
E em nome dos direitos
que te deram a terra, o Sol, o Mar,
fere-a sem dó
com o lume do teu antigo olhar.
Alevanta-te, Povo!
Ah!, visses tu, nos olhos das mulheres,
a calada censura
que te reclamam filhos mais robustos!
Povo anémico e triste,
meu Pedro Sem forças, sem haveres!
- olha a censura muda das mulheres!
Vai-te de novo ao Mar!
Reganha tuas barcas, tuas forças
e o direito de amar e fecundar
as que só por Amor te não desprezam!
( hoje excepcionalmente, a voz ao poeta/professor de afectos/amante da vida... porque sim!)
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levanta-te,
país de mar,
país desgraçado,
sol e céu sem igual
Wednesday, October 08, 2008
Quando falta o chão...
Eras o esteio:
a morte sobreveio
dura
numa loucura
de outros
na estrada
molhada,
na ponte,
a alegria
estagnou.
Tomou
o teu lugar
o teu coração
a serenidade
do teu irmão.
Hoje faltou
o nosso chão!
a morte sobreveio
dura
numa loucura
de outros
na estrada
molhada,
na ponte,
a alegria
estagnou.
Tomou
o teu lugar
o teu coração
a serenidade
do teu irmão.
Hoje faltou
o nosso chão!
Wednesday, October 01, 2008
A noite chegou mais cedo hoje!
No limiar da noite
adormeceu a tarde
na linha do horizonte
rosa-pálido ...
A noite chegou
mais cedo hoje
- ou foi ontem?
terá ocorrido
no ano passado?
não sei já,
o tempo corre
tão rápido
que o meu relógio
transtornado
não lhe segue o passo!
A noite chegou
mais cedo hoje
- ou foi a manhã?
não sei já,
ainda esta tarde
era criança
e brincava na praia
com a minha irmã
e esta noite
foge o sol,
secam as folhas
amarelecem as vidas,
perde-se a seiva...
A noite chega
cada vez mais cedo
num céu adamascado
de azul e rosa...
Espreitam os lobos
à espera da hora,
vão os javalis
beber a desoras,
estalam as folhas
sem energia,
os ouriços
engrossam
nos ramos
dos velhíssimos
castanheiros,
espinhosos
imitando sem jeito
certas rosas...
A noite chega
cada vez mais cedo
à hora do repouso
dos pássaros,
bate o coração
célere e louco
ao cruzar os caminhos
no lugar das alminhas:
um ramo de cravos frescos
enrolados na cruz...
e no cruzamento
pelo lusco-fusco
as almas penadas
desencaminhadas
procuram as rezas
no limiar da noite
em que a tarde
adormece
na linha do horizonte
rosa-pálido!
adormeceu a tarde
na linha do horizonte
rosa-pálido ...
A noite chegou
mais cedo hoje
- ou foi ontem?
terá ocorrido
no ano passado?
não sei já,
o tempo corre
tão rápido
que o meu relógio
transtornado
não lhe segue o passo!
A noite chegou
mais cedo hoje
- ou foi a manhã?
não sei já,
ainda esta tarde
era criança
e brincava na praia
com a minha irmã
e esta noite
foge o sol,
secam as folhas
amarelecem as vidas,
perde-se a seiva...
A noite chega
cada vez mais cedo
num céu adamascado
de azul e rosa...
Espreitam os lobos
à espera da hora,
vão os javalis
beber a desoras,
estalam as folhas
sem energia,
os ouriços
engrossam
nos ramos
dos velhíssimos
castanheiros,
espinhosos
imitando sem jeito
certas rosas...
A noite chega
cada vez mais cedo
à hora do repouso
dos pássaros,
bate o coração
célere e louco
ao cruzar os caminhos
no lugar das alminhas:
um ramo de cravos frescos
enrolados na cruz...
e no cruzamento
pelo lusco-fusco
as almas penadas
desencaminhadas
procuram as rezas
no limiar da noite
em que a tarde
adormece
na linha do horizonte
rosa-pálido!
Friday, September 26, 2008
Manhã de outono
Que linda manhã:
a luz suave
o céu acetinado
o cheiro a maçã
a voar, uma ave,
pássaro endiabrado,
na árvore,
as folhinhas
ainda verdes
a dançar, a dançar,
atrás e adiante
muito devagar!...
a luz suave
o céu acetinado
o cheiro a maçã
a voar, uma ave,
pássaro endiabrado,
na árvore,
as folhinhas
ainda verdes
a dançar, a dançar,
atrás e adiante
muito devagar!...
Friday, September 19, 2008
Prémios: Dois em um!
Da TULIPA que se pode visitar aqui http://deabrilemdiante.blogspot.com/ e aqui http://momentos-perfeitos.blogspot.com/ recebi este prémio, que agradeço com humildade.
Pretende-se homenagear bloguistas pela criatividade, inteligência e cultura.
Nomeio
Andreia do Flautim
Fórum Cidadania
Papoila
A voz da romãzeira
Save by bell
... mas quem vier por bem, ficará nomeado automaticamente e leva o prémio consigo e divulga.

O mesmo para o seguinte (outro) prémio (via TULIPA, que é super-generosa) :Este propõe que
- se mostre o referido “galardão”, com o nome do blogue que no-lo ofereceu;
- se procure um mínimo de 7 Blogues ou sites que se ache que BRILHAM pelo tema ou pelo desenho;
- Citá-los na página com o link e avisá-los do prémio BRILLANT WEBLOG;
- pode atribuir-se o prémio a quem já o recebeu…
( este ponto vem mesmo ao encontro do que eu penso!)
Concluindo: nomeados todos que citei acima, mais a tulipa, mais aqueles visitantes assíduos e os menos que gostarem da ideia de lançarem a ideia na corrente da blogosfera… ( cada um – isto é da minha autoria também) fará o que entender com os prémios, até pendurá-los por cima da lareira).

À TULIPA: bem-hajas pelo carinho!
A quem está nomeado ( e eu ainda não tive tempo para avisar do prémio) , não se façam rogados, façam o favor de se servir...
NOTA: este post é de 23 de Setembro , mas não sei que deu ao meu pc que está maradinho por completo e anda com as datas trocadas, queria ficar no Verão!)
Pretende-se homenagear bloguistas pela criatividade, inteligência e cultura.
Nomeio
Andreia do Flautim
Fórum Cidadania
Papoila
A voz da romãzeira
Save by bell
... mas quem vier por bem, ficará nomeado automaticamente e leva o prémio consigo e divulga.

O mesmo para o seguinte (outro) prémio (via TULIPA, que é super-generosa) :Este propõe que
- se mostre o referido “galardão”, com o nome do blogue que no-lo ofereceu;
- se procure um mínimo de 7 Blogues ou sites que se ache que BRILHAM pelo tema ou pelo desenho;
- Citá-los na página com o link e avisá-los do prémio BRILLANT WEBLOG;
- pode atribuir-se o prémio a quem já o recebeu…
( este ponto vem mesmo ao encontro do que eu penso!)
Concluindo: nomeados todos que citei acima, mais a tulipa, mais aqueles visitantes assíduos e os menos que gostarem da ideia de lançarem a ideia na corrente da blogosfera… ( cada um – isto é da minha autoria também) fará o que entender com os prémios, até pendurá-los por cima da lareira).

À TULIPA: bem-hajas pelo carinho!
A quem está nomeado ( e eu ainda não tive tempo para avisar do prémio) , não se façam rogados, façam o favor de se servir...
NOTA: este post é de 23 de Setembro , mas não sei que deu ao meu pc que está maradinho por completo e anda com as datas trocadas, queria ficar no Verão!)
Nuvens
No céu encoberto
decerto
estupefacto
entre a luz do estio
e a sombra do outono,
o trovão num impacto
de eléctrico brilho
abre as entranhas
das nuvens estranhas
em chuva cantada
sobre a terra ansiosa
e o cheiro sempre novo
nunca esquecido
sobe do chão molhado
até à janela entreaberta...
o avô espreita e o milho dourado
volta a estender-se na eira:
foi só uma nuvem passageira!...
decerto
estupefacto
entre a luz do estio
e a sombra do outono,
o trovão num impacto
de eléctrico brilho
abre as entranhas
das nuvens estranhas
em chuva cantada
sobre a terra ansiosa
e o cheiro sempre novo
nunca esquecido
sobe do chão molhado
até à janela entreaberta...
o avô espreita e o milho dourado
volta a estender-se na eira:
foi só uma nuvem passageira!...
Tuesday, September 09, 2008
Vazio
Saturday, September 06, 2008
Reflexos
o rio pachorrento
tão lento
que não sei se anda
se está quieto;
a ponte
é uma varanda
e as margens
miragens
deste tempo
ou reflexos
de outro tempo,
registos perplexos
em vigília permanente
acima da corrente!
Sunday, August 31, 2008
Relógios
Saturday, August 30, 2008
Passeios
Saturday, August 23, 2008
Era o mar
Ao pôr-do-sol, ficávamos suspensos das cores do céu e do mar;
- nada nem ninguém entre nós e o céu ou o mar!-
- nada nem ninguém entre nós e o céu ou o mar!-
mais tarde, só o mar percebia o imenso silêncio
desencadeado pela noite fora-dentro...
já as manhãs mansinhas entre neblinas transparentes
vinham fustigadas de ventos persistentes
até desaparecerem e os raios do sol bem quentes
incendiavam corpos e adormeciam princesas;
pelos areais sem fim, os minúsculos grãos de luzes acesas
deixam-nos sem fôlego de tão brilhantes e intensos;
magicamente, escapam-se por entre a areia espumas
brancas, leves e fofas e as ondas enredam-se umas
nas outras e desafiam-se em corridas e as águas
límpidas e frescas são pérolas a cantar a beleza;
fechamos os olhos no silêncio com mar em fundo e cheiro a maresia
e guardamos este verão em nós como um sonho ou fantasia...
....
Pelas praias belíssimas de Peralta, Val(e)mitão, Areia Branca, S. Bernardino, , Consolação
E agora ainda vamos dar mais uma voltinha ( lá para o nordeste); não tarda voltamos ao ritmo normal (?)...
Thursday, August 14, 2008
Monday, August 11, 2008
Só mar
Friday, August 01, 2008
Dias...
O varredor - bom dia!
anda a varrer a monotonia
junto às paredes!
Uma mulher à porta de casa
procura companhia
esfarelando miolo de pão:
as pombas correm em voo
aos círculos, pousam no chão, chia
anda a varrer a monotonia
junto às paredes!
Uma mulher à porta de casa
procura companhia
esfarelando miolo de pão:
as pombas correm em voo
aos círculos, pousam no chão, chia
uma dobradiça no primeiro andar,
e, sem se dar por ela,
e, sem se dar por ela,
fica sozinho um vaso de flores à janela!
Durante uns dias, estaremos junto a este mar...
Até logo!
Tuesday, July 29, 2008
Comente! faça um blogueiro feliz!

A campanha nasceu aqui
a bell encontrou a ideia aqui
e divulgou-a aqui
onde eu a vi e achei mesmo original,
por isso aqui fica mais um elo para a campanha seguir...
para sabermos o que pensa quem nos visita
para deixarmos uma palavra - não só visita silenciosa-
nos blogues que visitamos,
de apreço,
de apoio,
de desacordo,
de discordância...
para que não passemos - não passem-
indiferentes!
Para aderir à campanha, basta colocar o selo no blogue e comentar aqueles que visitamos.
Sunday, July 27, 2008
Desafio...inesperado
Desafiada pela Bell ( http://savebybell.blogspot.com/) a enumerar 8 coisas que gostaria de fazer antes de morrer, fiquei siderada com este desafio, se calhar, por ser Verão, estar um dia fantástico e não estar propriamente a pensar no assunto. Depois, a parte ainda mais difícil, nomear 8, logo 8! blogues para fazerem o mesmo...
1) gostava mesmo era de não morrer, isto é, sobretudo se me sentir bem , conseguir andar e estiver feliz ( sentir-me bem e estar feliz parecem sinónimos, mas não são bem a mesma coisa!);
2) como parece que o 1º item não pode ser por uma conjuntura extraordinária interplanetária ( dizem que sim, que um dia isso vai ser possível, mas já andam a pensar nisso há tanto tempo que não sei se alguém acredita!!!), então preferia não estar cá, quando "partissem" os meus familiares, em particular, os mais próximos e mais queridos;
3) depois, ( ou antes?), também gostaria de partir assim como se costuma dizer, como um passarinho, sem afligir ninguém nem sofrer;
4) muito antes disso, ainda tenho a árvore genealógica para acabar ( é um truque, porque , se uma pessoa quiser, nunca mais acaba!!!);
5) viajar, também quero viajar: ainda quero ir aos Castelos do Loire, a Israel, à Grécia, a Barcelona uma série de vezes por ano, etc... etc... e quero muitos Verões para ir à praia e muitos invernos para estar à lareira;
6) escrever um livro ( eu disse à Bell que a ia copiar!!!) , mas acho que, à falta de melhor, quero continuar a escrever neste blogue e no primo deste blogue, o das fotos e no terceiro, em que falo e falo ( quer dizer, escrevo!) e protesto e tenho a mania que faço bem em protestar!
7) quero ter direito aos rituais todos do ano, todos os anos, aniversários, natais e páscoas e carnavais, sempre iguais, as mesmas pessoas, as mesmas conversas, os mesmos risos;
8) quero sempre ao meu lado o meu companheiro e quero ainda ver a Princesa ser feliz todos os dias da minha vida!
Ficou muito confessional esta escrita... Paciência!
Agora, ( mas ainda não tínhamos respondido a este desafio???), aí vai esta "prenda" para:
1) gostava mesmo era de não morrer, isto é, sobretudo se me sentir bem , conseguir andar e estiver feliz ( sentir-me bem e estar feliz parecem sinónimos, mas não são bem a mesma coisa!);
2) como parece que o 1º item não pode ser por uma conjuntura extraordinária interplanetária ( dizem que sim, que um dia isso vai ser possível, mas já andam a pensar nisso há tanto tempo que não sei se alguém acredita!!!), então preferia não estar cá, quando "partissem" os meus familiares, em particular, os mais próximos e mais queridos;
3) depois, ( ou antes?), também gostaria de partir assim como se costuma dizer, como um passarinho, sem afligir ninguém nem sofrer;
4) muito antes disso, ainda tenho a árvore genealógica para acabar ( é um truque, porque , se uma pessoa quiser, nunca mais acaba!!!);
5) viajar, também quero viajar: ainda quero ir aos Castelos do Loire, a Israel, à Grécia, a Barcelona uma série de vezes por ano, etc... etc... e quero muitos Verões para ir à praia e muitos invernos para estar à lareira;
6) escrever um livro ( eu disse à Bell que a ia copiar!!!) , mas acho que, à falta de melhor, quero continuar a escrever neste blogue e no primo deste blogue, o das fotos e no terceiro, em que falo e falo ( quer dizer, escrevo!) e protesto e tenho a mania que faço bem em protestar!
7) quero ter direito aos rituais todos do ano, todos os anos, aniversários, natais e páscoas e carnavais, sempre iguais, as mesmas pessoas, as mesmas conversas, os mesmos risos;
8) quero sempre ao meu lado o meu companheiro e quero ainda ver a Princesa ser feliz todos os dias da minha vida!
Ficou muito confessional esta escrita... Paciência!
Agora, ( mas ainda não tínhamos respondido a este desafio???), aí vai esta "prenda" para:
Andreia ( com a sua música)
Belisa ( com as suas fotos)
Catarina de Bragança
Porca da Vila ( lá pela Braganzónia)
Carminda ( no Fórum Cidadania)
Esperança ( na Soma das letras)
Gaivota ( no seu mar e terra)
Papoila ( com os seus poemas)
Para finalizar, já toda a gente sabe que só responde ao desafio quem estiver para aí virado e, se estiver virado para outro lado, fazem muito bem...
Thursday, July 24, 2008
Tardes de Verão
Saturday, July 19, 2008
Volta das praias IV
As meninas crescem e, mães feitas,
levam à praia os filhos pela mão,
em Miramar, fingem que o mar
leva para longe as chupetas,
em Espinho, as crianças
aprendem a nadar,
na Granja, são incógnitos turistas
S. Martinho do Porto é revisitado,
impressa a baía na mente,
para sempre,
alargado o horizonte
até à Praia do Salgado,
as meninas crescem e brincam na areia com as suas crianças junto ao mar...
levam à praia os filhos pela mão,
em Miramar, fingem que o mar
leva para longe as chupetas,
em Espinho, as crianças
aprendem a nadar,
na Granja, são incógnitos turistas
S. Martinho do Porto é revisitado,
impressa a baía na mente,
para sempre,
alargado o horizonte
até à Praia do Salgado,
as meninas crescem e brincam na areia com as suas crianças junto ao mar...
Volta das praias III
Lavadores, Vila Nova de Gaia
um areal intenso
imenso
entre o Rio Douro/Foz
e o mar sempre o mar...
as manhãs-cedo
e nós fomos senhoras de uma praia
até ao escurecer-dentroda noite...
fomos donas das primeiras neblinas dos dias
das espumas das ondas menos mansas,
fomos piratas escondidas nos buracos-cratera
abertos por máquinas-vulcões de arrancar areia,
fomos testemunhas extraordinárias de cada nascer do Sol
que ficavam até ao poente
a praia sem quase-gente
o mar contra as rochas
a embalar o sono e os sonhos,
o bacalhau a secar,
todo esticado e alinhado,
fomos testemunhas involuntárias
do rapaz envergonhado, a quem roubaram a roupa,
da menina que deixou a alma no mar e deu à costa
( ficou ali fria e triste, ninguém a veio identificar!),
fomos ouvintes divertidas das leituras que o pai lia em segredo à mãe
( o pai não sabia que as filhas liam tudo ao seu dispor
e que o "Crime do Padre Amaro" há muito não tinha mistério!)
- o pai, de pele sensível, fina e branca,
apanhou o maior escaldão da nossa história,
a mãe, de noite, a pé, foi aos 4 Caminhos, à farmácia, comprar "queimax"
e, durante uns dias, o pai não pôde calçar sapatos.
E, em noites de marés vivas, o sono demorava a chegar!...
um areal intenso
imenso
entre o Rio Douro/Foz
e o mar sempre o mar...
as manhãs-cedo
e nós fomos senhoras de uma praia
até ao escurecer-dentroda noite...
fomos donas das primeiras neblinas dos dias
das espumas das ondas menos mansas,
fomos piratas escondidas nos buracos-cratera
abertos por máquinas-vulcões de arrancar areia,
fomos testemunhas extraordinárias de cada nascer do Sol
que ficavam até ao poente
a praia sem quase-gente
o mar contra as rochas
a embalar o sono e os sonhos,
o bacalhau a secar,
todo esticado e alinhado,
fomos testemunhas involuntárias
do rapaz envergonhado, a quem roubaram a roupa,
da menina que deixou a alma no mar e deu à costa
( ficou ali fria e triste, ninguém a veio identificar!),
fomos ouvintes divertidas das leituras que o pai lia em segredo à mãe
( o pai não sabia que as filhas liam tudo ao seu dispor
e que o "Crime do Padre Amaro" há muito não tinha mistério!)
- o pai, de pele sensível, fina e branca,
apanhou o maior escaldão da nossa história,
a mãe, de noite, a pé, foi aos 4 Caminhos, à farmácia, comprar "queimax"
e, durante uns dias, o pai não pôde calçar sapatos.
E, em noites de marés vivas, o sono demorava a chegar!...
Volta das praias II
(imagem da net)
Vindas lá do nordeste em comboio de máquina movida a carvão
até à Póvoa do Varzim
diante daquele mar sem fim
o avô e uma cesta de cerejas na estação
de Mirão
para refrescar
e, chegadas ao forte-colónia balnear,
ouviam-se as vozes infantis
em cantilenas pueris
e eram os cestos das merendas
e as corridas na areia quente
em felizes contendas
e os baloiços e a sensação de voar
e o baloiçar em altos voos
e ver acima da barra
como magia crescente
a imensidão do mar!
até à Póvoa do Varzim
diante daquele mar sem fim
o avô e uma cesta de cerejas na estação
de Mirão
para refrescar
e, chegadas ao forte-colónia balnear,
ouviam-se as vozes infantis
em cantilenas pueris
e eram os cestos das merendas
e as corridas na areia quente
em felizes contendas
e os baloiços e a sensação de voar
e o baloiçar em altos voos
e ver acima da barra
como magia crescente
a imensidão do mar!
Labels:
baloiços,
colónia,
crianças,
final anos cinquenta,
Póvoa do Varzim
Thursday, July 17, 2008
Volta pelas praias

S. Martinho do Porto
vem lá de longe da infância
de começar a conhecer,
da noção de existir e ser,
vem de uma distância
até à Escola de laçarote,
de jogar como um rapazote,
de viver junto à desenhada
Concha inconfundível,
de nos escapulirmos a correr
para nos espantarmos
com a recém-chegada TV,
dos banhos no mar no Verão,
da praia a toda a hora,
do mar a entrar pela casa fora
no surpreso Inverno terrível,
os búzios, o cheiro a maresia,
o nascimento de uma irmã,
a praia vazia pela manhã,
a Mãe, tão jovem e linda,
um cágado no jardim, o perfume
das ervilhas de cheiro ainda,
as corda-de-viola ou campainhas
a saltar por todos os muros,
as mulheres de negro
noite dentro à espera
dos pescadores, homens,
filhos e irmãos, amigos,
em presságios cruéis e duros,
como estátuas doloridas,
a irmã cortou-se num pé
não pode andar,
está sentada, sossegada,
numa cadeira
e eu, à sua beira,
leio a história do José
do Egipto de fio a pavio,
o mar a marulhar,
em música de fundo.
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anos cinquenta,
mana do meio,
praia,
S. Martinho do Porto,
Tv
Friday, July 11, 2008
Ideias dispersas
Nas ruas estreitas
As palavras caem das janelas à rua!
Muitas partem-se em cacos.
Outras, ficam no parapeito
poisadas
de peito feito
a ver quem passa!
Outras ainda
leva-as o vento
com o pensamento!...
E há aquelas
perdidas de loucas
que soam desfeitas
de boca em boca;
ou então, na tarde calma,
de tão perfeitas
chegam à tua alma,
enrolam-se em ti
e ficam até de madrugada!...
( Com a colaboração um tudo-nada involuntária, mas querida, da Carminda, Bell e Papoila!!!)
As palavras caem das janelas à rua!
Muitas partem-se em cacos.
Outras, ficam no parapeito
poisadas
de peito feito
a ver quem passa!
Outras ainda
leva-as o vento
com o pensamento!...
E há aquelas
perdidas de loucas
que soam desfeitas
de boca em boca;
ou então, na tarde calma,
de tão perfeitas
chegam à tua alma,
enrolam-se em ti
e ficam até de madrugada!...
( Com a colaboração um tudo-nada involuntária, mas querida, da Carminda, Bell e Papoila!!!)
Thursday, July 10, 2008
Tuesday, July 01, 2008
Nada
A noite abraça o silêncio quedo
fecho os olhos - não sei nada!
nem palavra, nem medo,
nem sonho, nem segredo...
sem saber se durmo ou desperto
canta um galo doidivanas
na madrugada tão perto
de algum sítio secreto...
caminho sem sair do lugar
a uma luz azul sem túnel...
fecho os olhos - não sei nada!
nem palavra, nem medo,
nem sonho, nem segredo...
sem saber se durmo ou desperto
canta um galo doidivanas
na madrugada tão perto
de algum sítio secreto...
caminho sem sair do lugar
a uma luz azul sem túnel...
Sunday, June 29, 2008
Calor
A sombra abrasada pelo calor escorrendo das pedras ao sol
correu e colou-se às paredes de granito da Catedral...
correu e colou-se às paredes de granito da Catedral...
Friday, June 27, 2008
Languidez
o corpo possuído de um torpor
a cabeça cheia de fantasias:
três meninas
dormindo a sesta
à sombra dos canaviais
o silêncio silenciado
rumorejam as folhas
longas nos milheirais
em sussurro segredado
a música das rãs e das relas
ao longe nas quelhas
sobem os pés de feijão
pelos caules do milho
cantarolando pelas levadas
chegam as águas apressadas
às plantas sequiosas
veio o avô à frente
enxada na mão
compondo os torrões
abrindo ou fechando o caminho
aproximam-se os passos
os socos de madeira calando na terra
ecoando na pedra
soluçam as folhas dos canaviais
cheira a calor e a malvasia
as três meninas acordam da sesta
chega a voz da avó
em requebros musicais
a chamar por elas
e tudo acorda
- as folhas do milho,
as canas a baloiçar,
as águas ligeiras,
as uvas, os figos,
o avô segue numa canseira,
a avó à espera,
as meninas escondidas
em grandes risadas
caladas -
tudo acorda numa festa
de Verão!...
ah quem dera
não fosse ilusão!
.......
o corpo possuído de um torpor
a cabeça cheia de fantasias:
a cabeça cheia de fantasias:
por estes dias
andam três meninas
a rir entre os canaviais
e os avós
a vigiar!
Friday, June 20, 2008
Verão
Monday, June 16, 2008
a chamar o verão
a chuvinha chegou de novo cheia de surpresa
a joaninha vermelha às pintas pretas
abrigou-se no caule de um trevo de quatro folhas
escondido com sorte no meio das florzinhas silvestres
enquanto as gotas caíam em volta numa festa quase estival...
Labels:
chuvinha,
joaninha,
primavera,
trevo da sorte,
verão
Saturday, June 14, 2008
Tarde
.........................................................................................
Está uma tarde de pássaros,
de sol morno,
de bola em jogo,
de estátuas de pedra...
Está uma tarde de alfazema,
de papoilas encarnadas,
de margaridas perdidas,
de rosas mimosas...
Está uma tarde de flores,
de tílias e sabugueiro,
de água do ribeiro,
- rasto branco de avião brinca no céu...-
- pardais na corda bamba dos fios aéreos ...
Ah!... Distraí-me!...
Ficou tarde!...
Tuesday, June 10, 2008
Saturday, June 07, 2008
breve apontamento de viagem
... e à noite
uma surpresa...
nos Mercat de les Flors
subiu à cena
Maria la Portuguesa...
Nota:
em Barcelona programas para a semana portuguesa... a propósito do 10 de Junho...
uma surpresa...
nos Mercat de les Flors
subiu à cena
Maria la Portuguesa...
Nota:
em Barcelona programas para a semana portuguesa... a propósito do 10 de Junho...
Wednesday, June 04, 2008
A arte do copianço...
Agora há tecnologias que transformam o copianço numa arte e deixam, como em todos os sectores da sociedade, os velhinhos canudinhos de letrinhas miudinhas e outras técnicas semelhantes completamente obsoletas... já nem é preciso entrar nas escolas, escalar muros e entrar na reprografia e encontrar o teste certo para levar e distribuir, quiçá, vender... ( calhava mal , quando se pretendia o teste de Latim e encontrava-se o de Química, mas isso era de somenos importância, valia na mesma, trocava-se com os colegas de Ciências... ( não calhava tão bem se o desvio fosse de exames e a minha irmã , a quem correra tão bem o examde de Ciências, teve que o repetir... com raiva!!!) pode-se ficar calmamente sentado no cantinho mais confortável de casa e entrar em qualquer computador em rede... e, sem riscos de partir o pescoço ou uma perna, aceder com tranquilidade aos dados... há outros gadgets ( andava mortinha por empregar esta palavra!!!... emobra nem seja especialmente interessante e me lembre um boneco qualquer animado... e acho que já alguém disse isto algures!) que copiam as pergunats, enviam-se via telemóvel e recebe-se de volta a resposta sem estardalhaço... há outros sofisticadíssimos dignos de detectives do futuro que se transportam sem (grande) perigo de detecção , lê-se a pergunta num sussurro (quase) inaudível e recebe-se a resposta por áudio... e isto é uma pequeníssima amostra... e não dá trabalho, nem sequer o trabalho de ter que estudar ao fazer o copianço , o que é uma mais valia para preguiçosos-mor... Assim, nunca aconteceria aquela história , em que a colega da minha irmã, sempre atida às respostas em papel, passadas com grande risco em plena prova, lhe pedisse de mãos erguidas, depois de lhe agradecer a camaradagem: "por favor, não me passes as respostas em papel quadriculado... "
Custava mais a engolir ... por causa da tinta...
Custava mais a engolir ... por causa da tinta...
Saturday, May 31, 2008
Um pássaro
Saturday, May 24, 2008
Maio
Seis ódios de estimação
Desafia-me o Nuno R. ( no link nunoresende) do OBLIVIÁRIO a apontar 6 ódios ( “não-amores”) de estimação/pequenos ódios/ódios de estimação.
Aí ficam numa penada para não pensar muito neles que trazem fluidos negativos.
1. o poder dos governantes ( em particular, quando se esquecem das pessoas que os elegeram , aliás, logo que tomam o poder e esquecem tudo o resto);
2. o poder dos fracos ( quando chegam a ter algum esporádico poder);
3. o trio maravilha do ME ( humilhou – e continua – os professores que tutela como nunca ninguém fez publica e repetidamente a nenhum profissional; só percebi realmente o que era ódio, quando fui confrontada sucessivamente com a desfaçatez e despautério deste ME!)
4. a má educação ;
5. a ingratidão/ a traição;
6. a inveja ( aquele sentimento “tão português” – não é a saudade, não! - dos portugueses que nem fazem nem deixam fazer e, se alguém se atreve a fazer, são demolidores nas críticas!) / a hipocrisia.
E mais fica por dizer…
Espero que alguém tenha paciência para seguir a corrente de entre os nomes que indico. Como sempre, com plena liberdade de não “seguir a corrente” que faz sempre bem à alma. ( bem quero poupar algumas pessoas... mas sempre repito ... desculpem! )
Carminda ( Fórum cidadania)
Catarina de Bragança
Kalinka
Kaotica
Papoila
Save by bell
Aí ficam numa penada para não pensar muito neles que trazem fluidos negativos.
1. o poder dos governantes ( em particular, quando se esquecem das pessoas que os elegeram , aliás, logo que tomam o poder e esquecem tudo o resto);
2. o poder dos fracos ( quando chegam a ter algum esporádico poder);
3. o trio maravilha do ME ( humilhou – e continua – os professores que tutela como nunca ninguém fez publica e repetidamente a nenhum profissional; só percebi realmente o que era ódio, quando fui confrontada sucessivamente com a desfaçatez e despautério deste ME!)
4. a má educação ;
5. a ingratidão/ a traição;
6. a inveja ( aquele sentimento “tão português” – não é a saudade, não! - dos portugueses que nem fazem nem deixam fazer e, se alguém se atreve a fazer, são demolidores nas críticas!) / a hipocrisia.
E mais fica por dizer…
Espero que alguém tenha paciência para seguir a corrente de entre os nomes que indico. Como sempre, com plena liberdade de não “seguir a corrente” que faz sempre bem à alma. ( bem quero poupar algumas pessoas... mas sempre repito ... desculpem! )
Carminda ( Fórum cidadania)
Catarina de Bragança
Kalinka
Kaotica
Papoila
Save by bell
Thursday, May 15, 2008
Mensagem brevíssima
Sunday, May 11, 2008
Oração
Nas serranias
verde
tudo verde
e o coração
feito de amarelo-flor-de-giesta;
no vale
verde
tudo verde
salpicado
de vermelho-cereja;
lugares
onde a alma
se ergue
em oração...
Sunday, May 04, 2008
A Minha Mãe

A minha Mãe
tem os dedos enrugados e os ossos dos dedos deformados …
quando olho as suas mãos com os dedos enrugados e tortos
lembro os momentos em que ainda sem eu saber, ela as gastava
se gastava nas hortas nas regas à volta das batatas das favas
lembro as manhãs as tardes geladas nos tanques das “nossas” casas
onde lavava a roupa na água fria cada vez mais fria
e as lareiras e as simples máquinas a petróleo e os fogões
e os tachos e as panelas num virote a toda a hora
e a máquina de costura singer e uma bainha por coser
e a solidão quotidiana e a dureza das horas a correr…
resgato dessa longínqua melancolia e rudeza
a presença do mar num desatino de água e de praia e sol
as garridas ervilhas-de-cheiro e corolas azuis sobre o muro
a lareira acesa, a neve a cair até toldar o entendimento
as laranjas, as frieiras, o pó de Maio, a carqueja,
as procissões, as flores atapetando o chão da rua,
os quintais , o comboio, as viagens de cestos e malas,
a casa dos avós num mundo de completo desprendimento,
tem os dedos enrugados e os ossos dos dedos deformados …
quando olho as suas mãos com os dedos enrugados e tortos
lembro os momentos em que ainda sem eu saber, ela as gastava
se gastava nas hortas nas regas à volta das batatas das favas
lembro as manhãs as tardes geladas nos tanques das “nossas” casas
onde lavava a roupa na água fria cada vez mais fria
e as lareiras e as simples máquinas a petróleo e os fogões
e os tachos e as panelas num virote a toda a hora
e a máquina de costura singer e uma bainha por coser
e a solidão quotidiana e a dureza das horas a correr…
resgato dessa longínqua melancolia e rudeza
a presença do mar num desatino de água e de praia e sol
as garridas ervilhas-de-cheiro e corolas azuis sobre o muro
a lareira acesa, a neve a cair até toldar o entendimento
as laranjas, as frieiras, o pó de Maio, a carqueja,
as procissões, as flores atapetando o chão da rua,
os quintais , o comboio, as viagens de cestos e malas,
a casa dos avós num mundo de completo desprendimento,
o Douro lá em baixo, o miradouro ds Gravotas,
as nêsperas, um pássaro ferido, os sonhos…
A minha Mãe
tem os dedos enrugados e os ossos dos dedos deformados:
foi assim que, ao lado do meu pai, Ela escreveu,
mal sabendo escrever, a vida dela e a nossa …
as nêsperas, um pássaro ferido, os sonhos…
A minha Mãe
tem os dedos enrugados e os ossos dos dedos deformados:
foi assim que, ao lado do meu pai, Ela escreveu,
mal sabendo escrever, a vida dela e a nossa …
Saturday, May 03, 2008
6 coisas que não me importam
Convidada por SAVE by BELL a indicar "6 coisas que não me importam" e a passar a corrente a 6 outros bloguistas, uma pessoa fica assim tipo em choque… porque a inspiração para pensar não anda lá assim muito famosa. Mas por amizade…
E um desafio destes assim de repente… há tanta coisa de que não quero saber… podia copiar, mas já não tinha tanta graça…
Telemóvel – não me importa nada , ( eu sei, não me gritem , não é nada normal!!!) fica em casa , calmo, sossegado, a maior parte das vezes, desligado e só adquire importância para receber um toque da Princesa… mas tem a importância de um telefone fixo… o pobre!!!
Maquilhagem – maquillage ( muito mais suave em francês) – não tenho paciência, nem tempo, nem jeito… o que , se calhar , é mau , visto que , muitas vezes, podia disfarçar o ar de espanto ou de desilusão em certas circunstâncias, para já não falar, do ar doentio, por não ter dormido bem ou de fastio, quando andamos mesmo sem pachorra…
Cerveja – não me importa mesmo nada, porque não gosto do sabor nem do cheiro… olho para o ar embevecido e satisfeito com que muitos pegam naquele copo diferente ou numa caneca desse líquido, por acaso, lindo e amarelo-aveia, numa esplanada no Verão e não quero mesmo saber. A única vez que me atrevi a provar uma coisa que tinha cerveja foi na fábrica da Kronenbourg, em Estrasburgo e andei com azia o dia seguinte inteiro. Valeu-me a O. que ia prevenida com umas pastilhas para esse efeito… da azia. Inclino-me mais para um bom vinho do Douro e uma “Quinta das Pedras” ( Alvarinho) não me dá nem uma aziazinha pequenina nem nada…
O que os outros dizem – como dizem nuestros hermanos, “quem se importa com a vida alheia, não tem a sua vida cheia” !!! Eu quero lá saber… além do mais, digam o que disserem, nunca ninguém me ajudou a resolver a minha vida… ( a família muuuuito chegada não está metida neste lote!)
Grandes vivendas, grandes máquinas, grandes manias – ainda por cima , custariam muito a limpar, a “alimentar” e a manter… pois, se calhar sou parva, quereria dizer que era multimilionária e tinha muita gente a trabalhar para ter tudo em ordem e até para me vestirem e “enjoiarem”, mas, como prezo a minha vida simples e pacata e privada… não dava jeito nenhum…
Cargos, honrarias, show-off – coisas supérfulas aliadas às anteriores, tudo me passou /passa ao lado sem nenhuma ralação nem inveja. Não estava no destino, no acaso, na escolha de quem pensa de forma independente e não quer nem sabe nem gosta de “engolir sapos”…
Se estiverem pelos ajustes, passo a palavra a:
Andreia do Flautim
Carminda (fórum-cidadania)
Gaivota
Papoila
Sophiamar
Vareira
Se cortarem a corrente, fiquem a saber que isso não tem problema nenhum… outra coisa que não importa…
E um desafio destes assim de repente… há tanta coisa de que não quero saber… podia copiar, mas já não tinha tanta graça…
Telemóvel – não me importa nada , ( eu sei, não me gritem , não é nada normal!!!) fica em casa , calmo, sossegado, a maior parte das vezes, desligado e só adquire importância para receber um toque da Princesa… mas tem a importância de um telefone fixo… o pobre!!!
Maquilhagem – maquillage ( muito mais suave em francês) – não tenho paciência, nem tempo, nem jeito… o que , se calhar , é mau , visto que , muitas vezes, podia disfarçar o ar de espanto ou de desilusão em certas circunstâncias, para já não falar, do ar doentio, por não ter dormido bem ou de fastio, quando andamos mesmo sem pachorra…
Cerveja – não me importa mesmo nada, porque não gosto do sabor nem do cheiro… olho para o ar embevecido e satisfeito com que muitos pegam naquele copo diferente ou numa caneca desse líquido, por acaso, lindo e amarelo-aveia, numa esplanada no Verão e não quero mesmo saber. A única vez que me atrevi a provar uma coisa que tinha cerveja foi na fábrica da Kronenbourg, em Estrasburgo e andei com azia o dia seguinte inteiro. Valeu-me a O. que ia prevenida com umas pastilhas para esse efeito… da azia. Inclino-me mais para um bom vinho do Douro e uma “Quinta das Pedras” ( Alvarinho) não me dá nem uma aziazinha pequenina nem nada…
O que os outros dizem – como dizem nuestros hermanos, “quem se importa com a vida alheia, não tem a sua vida cheia” !!! Eu quero lá saber… além do mais, digam o que disserem, nunca ninguém me ajudou a resolver a minha vida… ( a família muuuuito chegada não está metida neste lote!)
Grandes vivendas, grandes máquinas, grandes manias – ainda por cima , custariam muito a limpar, a “alimentar” e a manter… pois, se calhar sou parva, quereria dizer que era multimilionária e tinha muita gente a trabalhar para ter tudo em ordem e até para me vestirem e “enjoiarem”, mas, como prezo a minha vida simples e pacata e privada… não dava jeito nenhum…
Cargos, honrarias, show-off – coisas supérfulas aliadas às anteriores, tudo me passou /passa ao lado sem nenhuma ralação nem inveja. Não estava no destino, no acaso, na escolha de quem pensa de forma independente e não quer nem sabe nem gosta de “engolir sapos”…
Se estiverem pelos ajustes, passo a palavra a:
Andreia do Flautim
Carminda (fórum-cidadania)
Gaivota
Papoila
Sophiamar
Vareira
Se cortarem a corrente, fiquem a saber que isso não tem problema nenhum… outra coisa que não importa…
Thursday, April 24, 2008
Com sabor a chuva
Pus-me a contar os riscos da chuva
a bater nos vidros da janela
até formar uma corrente
descendente…
olhei para lá do verde e do longe
e dei comigo na terra da infância
qual proust a provar a madalena
recupero o sabor desafiante
do pão centeio com travo escuro
numa terra de arribas de um belo horrível
onde nas escarpas ainda vivem águias
e onde no remanso do rio cresciam laranjeiras
e as laranjas sabiam a mel e a sossego
e fazia frio um frio tão nítido
que ainda hoje se instala em mim
a cada Inverno que passa
numa terra em que o frio era tão branco
que nunca mais vi um branco igual
à brancura daquela neve intacta…
e quando o sol voltar a terra vai mudar
e chega-me um mar de recordações
com cheiro a maresia que entra na barra
e percorre a baía –concha
e sobe dos canteiros o perfume
a ervilhas de cheiro coloridas
e eu tenho tranças…
Parou de chover!
a bater nos vidros da janela
até formar uma corrente
descendente…
olhei para lá do verde e do longe
e dei comigo na terra da infância
qual proust a provar a madalena
recupero o sabor desafiante
do pão centeio com travo escuro
numa terra de arribas de um belo horrível
onde nas escarpas ainda vivem águias
e onde no remanso do rio cresciam laranjeiras
e as laranjas sabiam a mel e a sossego
e fazia frio um frio tão nítido
que ainda hoje se instala em mim
a cada Inverno que passa
numa terra em que o frio era tão branco
que nunca mais vi um branco igual
à brancura daquela neve intacta…
e quando o sol voltar a terra vai mudar
e chega-me um mar de recordações
com cheiro a maresia que entra na barra
e percorre a baía –concha
e sobe dos canteiros o perfume
a ervilhas de cheiro coloridas
e eu tenho tranças…
Parou de chover!
Wednesday, April 16, 2008
Desencontros
Thursday, April 10, 2008
Saturday, April 05, 2008
Um ninho
Thursday, April 03, 2008
manhã
manhã ensolarada subindo as escadas des-coor-de-na-das ninguém nas vielas sozinhas o chão granitado em lajes frias jovens esboçam janelas sentados nas escadinhas da Sé o caminho vazio no café dois dedos de conversa o mundo parece parado e o sol tão macio...
Monday, March 31, 2008
Insónia
às voltas na cama
enrodilhadas as ideias
aos lençóis
embrulhados de um lado para o outro
o copo branco de leite
as páginas do livro aberto
as imagens tolas da tv
as ideias enroladas
num sono desconjuntado
o copo de leite
da noite em branco
as páginas do livro
adentradas na noite
as imagens da tv
plasmadas de insónia
as ideias a tremeluzir
dentro de um sonho
o começo o fim
não fomos beber um copo
como se fôssemos eternos
e o tempo infinito
e existissem sempre amanhãs
agora já não temos tempo
o rio chegou à foz
e as águas enredaram-se
noutras vidas já idas
e as ideias enrodilham-se
sem parar entre os lençóis
e o copo do livro parte-se em páginas
brancas e escorre da tv em imagens
incompreensíveis e pardas...
Amândio Costa,
Auxiliar da Acção Educativa da Escola do Ensino Básico dos 2º e 3º ciclos de Santa Clara da Guarda, aposentado, o Ti' Amândio, faleceu ontem.
Wednesday, March 26, 2008
Tempo de (matar) saudades
Friday, March 21, 2008
Aleluia
Apesar
Das nuvens escuras
Da chuva
Dos entraves
Das traves
Dos muros caídos
Dos muros levantados
Do arame farpado
Do céu enevoado
Das sebes altas
Das curvas da estrada
Da voz embargada
Da pedra no caminho
Da pedra no sapato
Das ambiguidades
Das duplicidades
Do golpe de vento
De falta de sorte
Do desnorte
Da dentada na maçã
Da maçã envenenada
Dos amores desfeitos
Dos amores contrafeitos
Ri uma flor escondida num recanto
Floresce o sol acima das nuvens
Sobe o riso cristalino das águas
Em nome de um amor por descobrir……
Das nuvens escuras
Da chuva
Dos entraves
Das traves
Dos muros caídos
Dos muros levantados
Do arame farpado
Do céu enevoado
Das sebes altas
Das curvas da estrada
Da voz embargada
Da pedra no caminho
Da pedra no sapato
Das ambiguidades
Das duplicidades
Do golpe de vento
De falta de sorte
Do desnorte
Da dentada na maçã
Da maçã envenenada
Dos amores desfeitos
Dos amores contrafeitos
Ri uma flor escondida num recanto
Floresce o sol acima das nuvens
Sobe o riso cristalino das águas
Em nome de um amor por descobrir……
Wednesday, March 19, 2008
Pais
Então por que telefonas , minha filha?
E ri num riso comovido ao lado da minha Mãe não espera resposta:
porque inventaram este dia para todos se lembrarem dos Pais mais um bocadinho
e acha bem e ri de novo, pergunta pela saúde de todos;
espera pela outra filha para almoçar
e outra filha mais logo vai telefonar...
chegou de uma consulta, o médico diz que está FORMIDÁVEL para a idade
e bem disposto distribui beijos para todos e eu desligo a rir ...
E ri num riso comovido ao lado da minha Mãe não espera resposta:
porque inventaram este dia para todos se lembrarem dos Pais mais um bocadinho
e acha bem e ri de novo, pergunta pela saúde de todos;
espera pela outra filha para almoçar
e outra filha mais logo vai telefonar...
chegou de uma consulta, o médico diz que está FORMIDÁVEL para a idade
e bem disposto distribui beijos para todos e eu desligo a rir ...
Friday, March 14, 2008
Primavera
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