uma árvore
as folhas verde-acastanhadas amarelaram num ápice
começaram a cair pouco a pouco apoucaram nos ramos
quedaram meia dúzia a naufragar agarradas aos troncos mais finos
chegou na escuridão um safanão de espíritos e ventos embruxados
e arrancou desapiedado as folhas sobrantes agonizantes no chão
um arrepio correu a noite num brado de mistérios acesos
à volta de uma fogueira na clareira escondida entre as sombras dançantes
bruxuleantes de sons fantasmagóricos e músicas esquecidas nas pedras
a árvore ergueu os braços despidos num delírio obscuro do princípio da terra...
1 comment:
uma árvore outonal...
beijinhos
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