Sunday, June 12, 2011

Ruínas

No centro da cidade antiga,
o interior da casa quase em ruínas
foi escaqueirada à marretada.


A parede ainda de pé ao fundo
foi em tempos coberta de papel rosa;
o vento fustiga os recantos e as esquinas
deixadas agora as portas escancaradas
as janelas desassombradas, devassadas;
a imagem da jovem seminua , sofisticada
sorri, ali colada,  capa de calendário, 
no papel de parede cor-de-rosa.

Ninguém olha.

Nem os fantasmas que habitaram a casa
quiseram saber o que se vai passar a seguir.
Saíram sem olhar para trás e encafuaram-se
na casa ao lado, aquela onde as portas
dão para lado nenhum
e as janelas para um beco sem saída.