Tuesday, September 22, 2009
aparência
manhã magnífica
de pássaros, rosas
amoras e flores silvestres,
parece que a terra
rima facilmente
com alma pacífica,
não fosse o olhar
que emperra
nos títulos garrafais
e tristes dos jornais,
não fosse o submerso
fundo lodoso do lago
perturbar o equilíbrio
ténue do universo.
Saturday, September 19, 2009
Pássaro e rosas
o som do sino
um longínquo sinal
chega de uma igreja
que não sei
ouço os pássaros
não os vejo
apenas os entre-sonho
nos ramos gotejados
da chuva matinal.
o homem de chapéu
na cabeça quedou
sentado inclinado
no banco de pedra
leva as mãos ao rosto
(cansado do caminho que fez
ou do que tem para andar?);
páro o olhar nas gotas
caídas pelas folhas
e flores, olho outra vez
e o homem já abandonou
o momentâneo lugar
de paragem.
à passagem,
meto na boca duas
amoras maduras;
sento-me no chão lento
de palha amarela,
não quero espantar
o pássaro pousado
no galho mais alto;
sigo o céu cinzento
que amanhã não
será mais igual,
amanhã volto contigo!
sem me esconder,
roubo rosas e pássaros
para pôr nas fotografias.
Labels:
fotografias,
Guarda,
parque rio Diz,
pássaro,
rosas
Thursday, September 17, 2009
noite
a noite fez-se mesmo uma antiga noite de breu sem luz, sem velas, sem candeias, sem sinos,
apenas a noite do princípio dos tempos: clarões abrasadores arrasaram a escuridão
por momentos claros; pressentiu-se a queda das gotas ao longe antes da real percepção
da chegada em aluvião
da chuva carregada de cheiros
a manhã chegou limpa
límpida
acalmou o pó nos caminhos
e os pardais entrecruzam os voos e os cantos
de ramo em ramo como se tivesse chegado a primavera…
apenas a noite do princípio dos tempos: clarões abrasadores arrasaram a escuridão
por momentos claros; pressentiu-se a queda das gotas ao longe antes da real percepção
da chegada em aluvião
da chuva carregada de cheiros
a manhã chegou limpa
límpida
acalmou o pó nos caminhos
e os pardais entrecruzam os voos e os cantos
de ramo em ramo como se tivesse chegado a primavera…
Sunday, September 13, 2009
pássaros
ar morno
trovoada no ar
nuvens em castelo
anda um corvo
negro a voar
flores pequenas
amarelas
entre a secura
do restolho;
as rãs escolhem
a frescura
do lago artificial
adiante ainda as amoras
maduras e negras
a chamar os caminhos
quentes e esquecidos;
onde andam os pássaros
que ninguém os ouve?
talvez à sombra quietos
a fugir das horas
batidas pelo calor.
e nisto que surpresa!
ultrapassam nossos passos
e em abraços
prendem os ramos
(nós vamos
lado a lado
e paramos)
os pássaros…
trovoada no ar
nuvens em castelo
anda um corvo
negro a voar
flores pequenas
amarelas
entre a secura
do restolho;
as rãs escolhem
a frescura
do lago artificial
adiante ainda as amoras
maduras e negras
a chamar os caminhos
quentes e esquecidos;
onde andam os pássaros
que ninguém os ouve?
talvez à sombra quietos
a fugir das horas
batidas pelo calor.
e nisto que surpresa!
ultrapassam nossos passos
e em abraços
prendem os ramos
(nós vamos
lado a lado
e paramos)
os pássaros…
Thursday, September 03, 2009
Garça
Subscribe to:
Posts (Atom)