Sunday, July 30, 2006

LUÍS REPRESAS na Guarda...

Luís Represas veio actuar à cidade da Guarda na Semana das Festas, mais concretamente dia 29 de Julho. No programa , não se entendia bem se o concerto começava às dez horas e trinta da noite se às dez e cinquenta também da noite, no Parque Municipal. Antes , na Praça Velha, folclore, às vinte e uma horas... Quando me apercebi disto, torci o nariz , um bocadinho... Mas, uma pessoa não pode estar sempre a desconfiar, tem que dar o benefício da dúvida, não pode criticar por criticar, aquela velha ladainha.
Lá fomos , a tempo e horas, que temos a mania estranha de ser pontuais por princípio e por respeito pelo cantor/poeta. Já convencidos, intimamente, de que o concerto teria aquele bizarro quarto de hora de atraso, flanámos ( antes que me digam que esta palavra não existe, sublinho que é uma palavra portuguesa oriunda do francês flâner, que é um verbo intransitivo e significa passear ociosamente) pelo Parque entre a gente, esperando o momento da actuação. Depois de algumas voltas e voltinhas, para não nos cansarmos, sentámo-nos por ali num murito... Pessoa conhecida disse que o programa do folclore tinha começado com uma hora de atraso... Ainda nesse momento, como o Parque estava bem lotado, cheio de gente, pensei que isso não queria dizer nada, em tantas outras cidades, há programas vários e as pessoas vão escolhendo aquele que mais lhes agrada... Santa ingenuidade... por volta das vinte e três horas, algumas pessoas começam a assobiar manifestando-se contra o atraso, vem uma senhorita muito senhora do seu nariz explicar que o outro espectáculo ainda não tinha terminado por ter começado atrasado e que nós tínhamos que esperar e que ela ( acho que falaria em nome da organização das festas) não tinha culpa... Os assobios responderam-lhe , porque, se a senhorita não tinha culpa ( se calhar foi quem programou, digo eu ) , nós que ali estámos à espera , que tínhamos chegado a tempo, muito menos... mas acho que há pessoas que não entendem isso. Passou uma hora: e a senhorita achou que alguns assobios que se iam ouvindo mereciam um puxão de orelhas e teve a distinta lata de dizer às pessoas de todas as idades que estavam ainda à espera , mas algumas já arrependidas de ter saído de casa, que se deviam comportar ( não sei as palavras exactas) e que as pessoas da Guarda não podiam mostrar o seu desagrado para com o cantor . Quer dizer, nem percebeu que o desagrado não era com o cantor... Eu não sou da Guarda, vivo cá por um acaso , como podia viver noutro sítio qualquer do país, ou do mundo e não posso sentir o que sentiram as pessoas nascidas na Guarda, mas não devem ter gostado do que ouviam porque reagiram de novo.
Felizmente, ( faltavam doze minutos para a meia-noite!!!!!) Luís Represas veio para o palco cantou aquela música com aqueles poemas com aquela voz... e foi tão inteligente que até deu a perceber ao público que o atraso não tinha sido dele e que ele tinha percebido perfeitamente que os tais assobios não lhe eram dirigidos... (Só que aquele espera, a meu ver, desnecessária, também era um desrespeito para com o artista...)
Do atraso , a ninguém se pede nem explicações nem responsabilidades, porque não está nos nossos hábitos... Mas não havia necessidade!!!
Não levei a máquina fotográfica, o que foi pena.
Luís Represas mereceu a espera e os aplausos.
Corria um friozinho das noites de Verão... pela cidade e pelo país que temos.

Friday, July 28, 2006

Lá como cá...



Em Portugal, se os resultados dos exames não agradam, repetem-se... ainda não percebi com que objectivo... o Governo até já aprovou uma alteração ao regime de acesso ao ensino superior prevendo situações como as deste ano, situações excepcionais... Será que a lei estabelece também o que significa excepcional? E rigor... o entendimento destas leis será igual ao do dicionário?
Em Itália, se as prisões estão sobrelotadas, aprova-se uma lei que indulte uns milhares...


Fotos que não têm nada a ver com o texto acima:
- capela vista da praia ;
- Óbidos by night em tempo de mercado medieval.

Monday, July 24, 2006

pausa...

...junto ao mar!




Momentos de pausa...



...viajando no tempo, em Óbidos, V Mercado Medieval!

Monday, July 10, 2006

D. Afonso Henriques

Quiseram abrir o túmulo de D. Afonso Henriques em Santa Cruz, Coimbra e, afinal, depois de um ano de papéis para cá e para lá, a investigadora Eugénia Cunha e outros investigaores, entre eles um espanhol e um francês, viram-se confrontados com uma anulação da autorização, quando já estava apedra tumular a ser levantada... Parece que faltava um papelinho ... é o efeito do Simplex...Simplex, Simplex, mas nem tanto... e a Ministra da Cultura cancelou deu ordem de anulação da autorização... Se D. Afonso Henriques estivesse sujeito a tanta burocracia para se deslocar, tinha ficado à espera das autorizações todinhas e nem tinha saído de Guimarães, ali com O Paio Sores Pinto ao lado todo guerreiro, não tínhamos ( o país , porque eu própria tinha com conquistas ou sem conquistas com Afonso ou sem Afonso, só era necessário ter existido o Paio Pinto) chegado a existir e eu era porventura uma cidadã da província de Castilla y Léon... hablando castelhano com mucho salero... As consequências que pode ter a existência de muito ou pouco papel...
A água do Alqueva está a ser muito bem aproveitada , pelo menos em 25% para já por nuestros hermanos para regar olivais ...que eles compraram em... Portugal... agora as terras não se conquistam à força de capa e espada, mas com dinheirito vivo... Fiquei com uma dúvida: e se os Espanhóis comprarem os terrenos, usarem as águas, levarem as mulheres portuguesas para terem os seus filhos nos seus hospitais, se continuarem a formar médicos , engenheiros , vetrinários e outros , oriundos de Portugal e depois a dar-lhes trabalho e pagarem os seus salários, ainda vamos continuar de costas voltadas? ( ihihih não ia bem escrever isto, mas fica assim politicamente correcto: hoje está tanto calor que não há energia para mais)...
Nas Portas do Sol, voltejava ( agora não posso dizer feita maluca, porque está provado que elas só parecem malucas, mas aquelas voltas e voltinhas têm um objectivo muito preciso!!!) uma borboleta amarela!!!

Calooooooor!


O país está sob temperaturas anormalmente quentes. Ontem também. Em Lamego, bem esperámos pela abertura da Expodouro pelas quatro da tarde, sentados à sombra, numa esplanada a beber água... fresca sem gás e com gás... ... Entrámos e quase logo saímos: parecia um banho turco, com a diferença de que não estávamos equipados para o efeito... Eu bem pensei a posteriori que podíamos ter ido ali ao Bazar Mandarim para nos fornecermos de produtos essenciais para passar a noite , tínhamos feito a sesta depois do cabritinho asssado com batatinha e arroz e íamos à feira após o pôr-do-sol, mas não fui suficientemente rápida a raciocinar... Devia estar com os miolos um tanto esturricados... Andava por lá tanta gente que eu , mais habituada a maiores multidões , achei pouco movimento ... para o caso de não se perceber a piada , estou a ser irónica...
E eu, que não tenho ouvido nenhum para a música, reproduzi-la só com muita ajuda e quanto a voz , nada, andei com a mais recente música da Shakira na cabeça , vá-se lá entender uma coisa destas...
Nota: lua ao anoitecer de dia nove de Julho...

Saturday, July 08, 2006

Outsider


Calor, muito calor..
Fiquei por aqui entretida na frescura das paredes da casa a arrumar - hoje não arrumei papéis - ficheiros e fotos digitalizadas . Estou moderníssima!
Ontem vi um documentário que me deixou perplexa. A propósito dos atenatdos e dos grupos que os executam. Afinal o problema parece ser ao mesmo tempo complexo ( para o meu entendimento) e simples ( qualquer ser humano é capaz das maiores atrocidades e é isto que é chocante: eu perceber que podia ser cruel como tantos outros já o foram). Enfim, todas as pesquisas e estudos levados a cabo por variadas pessoas e encarando os factos e os "actores " de diversas perspectivas o fundamento para explicar tais actos monstruosos encontra-se na ... dinâmica do grupo , à qual uma pessoa deseja pertencer por razões variadas e, para isso, faz qualquer coisa , qualquer coisa... uma pessoa que queira pertencer a um grupo , para se sentir e mostrar integrada faz qualquer coisa...por isso , creio que ser contra-corrente , ter ideias próprias , manter a personalidade firme ( ou ser teimoso dará o mesmo efeito ihihih ) , ter opiniões diversas e pensar diferente do grupo devia afinal ser incentivado...ou não?
Apenas em uma semana , o preço do gasóleo aumentou duas vezes... repito , correndo o risco de ser outsider , estrangeira, velha do Restelo e equivalente , não vou atrás das multidões...a bem , especialmente da minha sanidade mental...

Saturday, July 01, 2006

Pescadores e poetas


Da Praia de Mira, emitiu esta semana a RTP parte do programa Portugal em Directo. Vivem naquela localidade antigos e sofridos pescadores de bacalhau ou pescadores de outras espécies. Quando discorrem sobre a sua arte como ninguém, espraia-se em palavras a sua alma de poetas . Mas o maior de todos é o grande amigo do meu pai, o sr. Nogueira, que respondeu às questões da jornalista sobre a pesca e sobre os pescadores com uma fluência de palavras que a mim não me espanta. Teve a oportunidade de ler um dos seus poemas. Dessem-lhe tempo e não tardaria a recitar de cor poemas de Luís de Camões e Almeida Garrett e, deste, extractos das obras em prosa. Entre outros. E Até dos seus próprios versos. Ele cuja única universidade que frequentou foi a da vida! E está prestes a publicar um livro , notícia de fonte fidedigna.
Nota: foto- Praia da Vieira.

Baden-Baden


Lá por 1997, estive em Baden- Baden, Floresta Negra que , afinal, é verde verde verde…de todos os verdes possíveis e imaginários. Havia um belíssimo palácio com uma extensão de relva também muito verde verde verde a perder de vista. Tocava uma orquestra num enorme palco . Em cadeiras , na relva, sentados , de pé ouvia-se a música num cenário de filme. Uma mulher jovem de vestido comprido dançava pela relva fora no seu próprio bailado de sonho. Indiferente aos poucos olhares menos habituados a excentricidades que a seguiam naquele feliz rodopiar, guiada pela orquestra enlevava-se nos requebros do corpo que o tecido de uma écharpe finíssima seguia nas suas mãos…
Mais abaixo, nas termas a preservar, encarrapitados nuns escadotes , jovens de ambos os sexos restauravam minuciosamente formas e cores das pinturas das paredes e tecto…
Por cá, o feno cortado aquece sob o sol de Verão à espera da recolha.