esta manhã
não descemos o carrer de radas
para ir à Calábria tomar um cortado
e comer uma ensaimada
contigo.
não te acompanhámos
no metro da linha verde
até à esquina de frame 25,
nem voltámos
sobre os nossos passos
nem subimos a encosta do parque Güell
assoberbadas pelo trabalho fantasioso
do arquitecto Gaudí,
nem desconstruímos com Picasso
os retratos
e os quadros
as pombas e as flores
numa bebedeira de azul rosa e absinto,
nem sequer nos abrigámos da chuva
na pastelaria ao canto do palácio do rei,
nem passámos na boquería
onde se almoça a filosofar
entre cheiros e cores.
não esperámos por ti
para comer os pintxos
ou beber un cava rosado.
esta manhã foste sozinha no metro da linha verde...
nós abrimos a casa da misericórdia
de Margarit
página trinta e nove
e lemos el vendedor de rosas
solitario y furtivo , con su ramo,
va a locales ncturnos en busca de parejas.
guardámos na agenda os bilhetes de metro
e dos museus
metemos as fotos nos álbuns digitais
e voltámos à rotina da nossa (in)segurança.
não me esqueci outra vez da máquina fotográfica
para te deixar à entrada da porta
um beijo rápido e muitos risos.
esta manhã
não descemos a rua
para ir tomar um café
e beber um sumo de laranja
contigo...
3 comments:
Esta nostalgia é bonita.
(E o beijo que foi deixado e também guardado... - Olhe gostei deste poema a valer)
Beijos
E eu também, muito, Renda ! Percursos da alma e do coração.
Beijos.
Pois não
Estas manhãs não fomos à Calabria
Princesaa minhas, meus amores!
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