Thursday, July 26, 2007

quadro negro ou branco ou interactivo...

Ando a tentar fazer a mala para a viagem, a deixar uns comentários nos blogues para ninguém se esquecer de mim, enquanto vou de abalada por esse mundo fora, assim com esta antecedência, porque vou ter visitas no fim de semana. Antes de dizer "au revoir" "arriverderci", vou deixar um pontinho de reflexão: as palavras nem são minhas, vou transcrevê-las do jornal "Público" de quarta-feira, 25 de Julho ( Artigo "O Governo antropormófico" por Helena Matos) e, mesmo que não se concorde com todas as ideias, servem para pensar, devagarinho, à sombra, sem stress, com um refresco ao alcance da mão, uma sangria também serve, cervejinha bem gelada com espuma q.b. para os apreciadores, um vinho saltitante do Douro, branco, belo, refrescante, se possível, o mar em frente, ou o rio a navegar, água que apague bizantinices, que acaricie a areia, que cante ao rolar sobre os seixos de cores, arredondando-os...

«(...) Ao contrário do que afirmou o nosso primeiro-ministro, a relação professor-aluno não muda por causa de um brinquedo que desenha de forma perfeita os ângulos dos losangos. O quadro intercativo não faz falta alguma ou melhor dizendo faz tanta falta quanto antes deles fizeram os mais recentes acetatos ou já os desaparecidos flanelógrafos: se o professor for bom e se a turma estiver motivada, esses objectos ajudam a tornar mais interessante aquilo que já o é. caso contrário, ou seja, se o professor for mau e se os alunos não estiverem interessados, então todas essas apregoadas maravilhas se transformam numa tralha grotesca. (...) »

Eu pensei que já ninguém se lembrava dos "benditos" flanelógrafos ... e , agora, já antiga nestas lides, que , naquela altura em plena aula assistida no ano de estágio, a brincadeira não tinha mesmo piada nenhuma, não se consegue conter o riso, ao rever a cena que tantas vezes se repetia: colocados os bonecos - a Nicole, o Robert, Madame e Monsieur Dupont mais uma porta, um quadro , um sinalefo que significa falar e mais outro que simbolizava ouvir, enfim, a cena toda prontinha para se repetir o diálogo daquelas criaturinhas infelizes ou fazê-lo repetir a um gravador cheio de ruídos- aquilo vinha tudo abaixo, no momento menos propício... e valia-nos a paciência dos alunos que - vejam só !!! - nem se riam nem nada , eles também conscientes do instante malfadado e da repercussão que podia vir a ter e do desportivismo com que se - fazendo das tripas coração- se agarrava na bonecada toda outra vez e - masoquistas que éramos! - pretendíamos encaixar nos lugares as ditas personagens, o que nem sempre era possível... ( tem muita piada , tem, a quilómetros de anos de distância... ... ... por acaso tem!) Imagino agora a cena sofisticada, em que um Professor no seu estágio ou em avaliação, aquela de que ainda nada ou quase nada se sabe, o quadro da luz vai abaixo, o rato teima em não funcionar, o cabo não liga de maneira nenhuma e, caso se queira ligar à internet, nesse mesmo dia, internet, viste-a... e lá vai o trabalhinho de muitas horas e horas... para o maneta... ( o Maneta é outra história do tempo das Invasões Francesas e o flanelógrafo é antigo, mas nem tanto!!!) ...

7 comments:

Teresa said...

Pois... a nova tecnologia é apenas mais um instrumento. A relação professor aluno, a estruturação das aulas e a capacidade de as tornar motivadoras da aprendizagem, isso sim marca a diferença. Já vi muito boa gente a dar aulas fantásticas sem rigorosamente nada de tecnológico, e também já vi outros, que com datashows, quadros interactivos transformaram uns minutos em longas horas de tortura. Beijinhos e boas férias (também estou quase, quase ...)

Anonymous said...

Abaixo o flanelógrafo!

Vivam as férias!


Um Xi da Porca

Carminda Pinho said...

Já começam as despedidas?
Ó amiga acho que durante a 1ª qinzena de Agosto não vai cá estar ninguém. Eu vou ali prós lados da Meg mas penso vir cuscar de vez em quando.
Beijinhos e boas férias.

Isamar said...

Pois fizeste-me recuar um bom par de anos. E o Patapouf? O cão que acompanhava a nicole também lá estava no bendito flanelógrafo.
Bem, com flanelógrafo, episcópio, projector de slides,etc...etc..nesse tempo e agora com computadores, videos e tudo o mais, o importante é, de facto,a qualidade do material humano.
Boas férias! Eu já cá estou a gozá-las.
Beijinhos

Papoila said...

Sem dúvida que nas relações interpessoais, no teu caso professor / aluno, está a chave da questão!
Boas Férias Renda!
A Papoila vai também parar por um tempo. Boas Férias e muito mar quentinho!
Beijos

A Professorinha said...

As novas tecnologias são sempre bem vindas... no entanto, acho muito mal investir-se tanto dinheiro nisso quando fecham escolas, não abrem cursos porque so há 12 alunos...

Boas férias :)

C Valente said...

Boas ferias, gostei por aqui passar, vltarei
Saudações