Sunday, September 24, 2006

Doze graus de outono... ontem, domingo





Os pardalitos apatetados de água saltitam e debicam.

O jornal aberto sobre a mesa do café discorre sobre coisas e loisas. Sem captar a atenção.

"Tengo una camisa negra... " enfronha-se na cabeça o dia todo . Tem a particularidade estranha de abanar inconscientemente o esqueleto para não se adormecer na tarde cinzenta e pasmada.

Paulo Moura escreveu no seu espaço do "Público" sobre a necessidade que os pais sentiam, quando ele era pequeno e vivia em Águeda, de ver, de estar perto do mar ( hoje, diz ele , pais e filho vivem numa casa junto ao mar) . Pessoas há a quem a presença do mar irrita . Eu procuro nele a calma... Por isso é que, de vez em quando, lá tenho de, obrigatoriamente, ir até ele. A água do mar , mais que a do rio ou do lago ou da fonte, lava as feridas; aquela imensidão limpa a alma e dá asas e, por instantes que seja, mesmo que apenas em sonhos, oferece a viagem, o caminho, uma saída... A montanha só mostra horizontes largos, se estivermos bem lá no alto; de contrário, sufoca, prende, atrofia...
Depois, de repente - há quanto tempo não me lembrava... - veio-me à memória que, em Águeda, também por lá passei breves dias, o tempo de Neil Armstrong ( 20/07/1969) dar uns passinhos pela Lua e dizer aquela célebre frase “Este é um pequeno passo para um homem, mas um salto gigantesco para a humanidade", frase que , mais tarde , vim a descobrir, não tinha sido uma inspiração do momento, mas que tinha sido" programada" antes da viagem... ( Assim se perde a inocência das coisas da vida!!!). O meu avô é que nunca acreditou naquela "indrominice" e também há pouco tempo descobri que, afinal, não foi só o meu avô que não acreditou na passeata. Ainda hoje , muito boa gente não acredita... E isso dá que pensar... Quer dizer, eu farto-me de pensar, não é que adiante grande coisa, mas penso, penso muito... Certas pessoas até consideram que eu nem devia pensar...pelo menos, tanto!

Dado meteorológico: Hoje a temperatura subiu até aos 16 graus...

Fotos: Teatro Municipal da Guarda ( vista da rua e ao rés da rua Batalha Reis)

2 comments:

vareira said...

Por vezes não encontro palavras para te dizer que ainda bem que pensas, ainda bem que um dia te encontrei, ainda bem que existes.
Gostava de te poder ofercer um bocadinho do meu mar que está já ali e eu o ouço todas as noites e sinto-lhe o cheiro logo pela manhã.Bem...ver já é outra coisa...tenho a antiga fábrica de conservas Brandão Gomes,que será um dia um centro de cultura(!!!), mesmo em frente.E em relação aos passitos do neil...eu tinha acabado de nascer...e não vi nada!

LUA DE LOBOS said...

olha eu sou colega do teu Pai ... tb nunca acreditei.......
mas eu sou uma velha tonta o que não invalida nada porque me 1969 eu era uma menina e foi nessa altura que a irrealidade dessa incursão lunar em apanhou de vez :)
xi
maria de são pedro