Saturday, September 16, 2006

Setembro, quinze graus

































Verão de meia manga,
Sol timidamente luminoso,
Brisa ligeirinha de 15 graus centígrados,
Esplanadas rarefeitas
- uma televisão fora de tom grita bizarras notícias
“ a cidade da Guarda é o epicentro………… “ das capitais ibéricas
( dá tanto jeito a palavra “ibérico” quando convém)
E daqui e dali , são apenas pouco mais de … xis horas
ligada por auto-estradas a todo o lado
parece que afinal os caminhos passam todos por aqui
mas passam ao lado e levam para todo o lado
o contrário de “ todos os caminhos vão dar a Roma”
( mas isso é a velhice do Restelo a moer)
Chamada de atenção para turistas e empresários
( onde estão onde estão???)
Ou acrescenta a verve venenosa
P’ra todos fugirem daqui p’ra fora
Montras vestidas com moda de há trinta anos … ou mais…
Arroz e pétalas de rosa esparzidas no chão moderno de granito em barra,
Silêncio sossegado sem sons sem pessoas,
( ainda há quem diga “ ao fim de semana vou para o sossego de uma casinha que reconstruí na aldeia !!!!”)
Pinceladas brancas pelo céu azul clarinho
Riscado de linhas finas memos finas mais grossas
Dos rastos de aviões que vão e vêm
Esquinas vazias casas paradas
Passam passos vagarosos esguios ao sol sereninho,
A escaparem-se num instante pela rua abaixo,
Olhar para nada de tanto conhecer a calçada
E os sítios e as varandas e os telhados e um cruzeiro,
Sempre ali especados imutáveis…
A tarde caminhava calculadamente
Pela tarde fora…
( Fotos: Sé da Guarda-pormenores)

1 comment:

vareira said...

E eu que não conheço a Guarda...mas que me identifico com ela é verdade...serena, solheira, com o silêncio de acalmia.
Cá por estas bandas tem sido horrivel:festas da cidade com morteiros às 7 da matina e romarias de gente de fora...de gente da Guarda!Antigamente vinha gente para conhecer o mar...
Bjinho