Wednesday, November 28, 2007

Parque do Rio Diz e o céu limpo


Para se perceber que o céu continua azul azul , o ar claro claro, nem sombra de nuvem, ontem a aragem fresca muito fresca, hoje sem vento...aqui fica o documento fotográfico, ainda do Parque do Rio Diz...

Tuesday, November 27, 2007

Inaugurado o Parque Infantil do Rio Diz - Guarda



Enfim, inaugurado pelo Ministro do Ambiente com direito a placa e tal, o Parque Infantil do Rio Diz - dizem - o maior da Península Ibérica... Muito bonito, mas os números são de arrepiar... fala-se ... e assim , à primeira vista, muito bonito realmente, repito, mas muita água a correr onde vai haver criançada - espera-se! - a brincar, a correr e a passear... a ponte pedonal - parece que faltou pensar na iluminação!!!? - fica a inauguração adiada.
Ah a propósito: foi há 808 anos que o rei D. Sancho I, em alguma visita à Ribeirinha ou não, atribuiu o foral à Guarda. Não sei se estava um frio como hoje que até as orelhas zunem de enregeladas... Mas o sol, por enquanto, dá um ar festivo ao dia...

Sunday, November 25, 2007

E, se de repente...ao domingo???

E se, de repente,
- como diria o poeta
o grande Vinicius de Moraes -
não mais que de repente
acabasse o café em todos os cafezais
e em toda a engrenagem
na imensa viagem
até às máquinas
do café da cidade???

E se, de repente,
desaparecesse o café quente
bem tirado no cimo a espuma?
como seria o domingo sem pretexto
para sair faça sol ou chuva
ou vento gelado ou brisa suave
num qualquer café da cidade???

E, se de repente,
não houvesse mais
a chávena de café
negro e fumegante?
como seria o domingo
sem o jornal acompanhante
e a tertúlia um tanto oca
a tertúlia já muito pouca
no café de qualquer cidade?

E, de repente,
sem um cafezinho
como seria
o dia
de domingo
ou o dia seguinte
o jornal sozinho
a conversa louca
de tão frouxa???

E, de repente,
"um café, por favor!"
e vão correndo lado a lado
ele a ela encostado
as letras garrafais
das notícias dos jornais
apontando aqui e ali
uma nenhuma novidade
e ela olha, lê e ri,
pega na chávena devagar
e é um momento igual
a muitos e, portanto,
sempre especial...

Saturday, November 24, 2007

Frio


Pela manhã, o vento empurrou o sol para dentro de casa.

À tarde, fechei a porta e saí. As ruas frias de gelar as pedras.

O passo rápido. Aragem agressiva de cortar a respiração,
quando subi a Rua do Encontro, em direcção
à Torre enquadrada por nuvens medonhas e tristes!

Vai anoitecer não tarda. Antes da escuridão,
a leveza das cores pinta o crepúsculo
e deixa um rasto de doce meditação...

Thursday, November 22, 2007

Acesa a lareira pensamento à deriva...

Acendi a lareira
fiquei
junto à fogueira
enfeitiçada
pelo calor
pelo fulgor
do fogo
embrulhei-me
nas cores quentes
das chamas
e descansei...
lá fora
por detrás das portadas
de madeira
a noite enegreceu
embruxada
de sombras e luzes
e frio escuro...

Monday, November 19, 2007

Nevoeiro

A noite pairou o dia inteiro
abrigada e gelada no nevoeiro
nem uma árvore à medida do olhar
nem uma pedra da Catedral.

O dia frio fechou as janelas
não se via nada através delas
nem gentes nem pássaros nem casas
só as folhas no chão muito caladas.

Sunday, November 18, 2007

Bonança ...


Dizem que , após a tempestade, vem a bonança... Mas a meteorologia prevê chuva e, hoje, na cidade, a vida corre calma sob um sol temperado e sopra levezinha uma aragem tranquila... caso para se ajustar o ditado e concluir que, a anunciar a tempestade, a serenidade...

Terras altas

Saturday, November 17, 2007

Árvore

Na árvore,
colhidas as folhas,
os ramos gritam,
sufocam de desolação
e a seiva gela
de tristeza.

Friday, November 16, 2007

Geada

a erva

pela manhãzinha

branquinha

não era neve, não!

geada

e a aragem

fresca

muito fresca
quase parada

esgotada...

Tuesday, November 13, 2007

mar

cercada de montanhas
prisioneira das serranias
paradoxalmente
falta-me o ar
falta-me o mar!

Monday, November 12, 2007

Sorriso

Se não fosse a tua voz em sorriso
do outro lado do fio,
que seria
deste dia
entrado o anoitecer
sem se perceber?

Saturday, November 10, 2007

Caiu a noite

Caiu a noite
na cidade
na verdade
caiu a noite
por todo o lado
adiantado
o sono do Sol!

Papoilas

“Nos campos da Flandres crescem papoilas/
entre as cruzes que, fila a fila, marcam o nosso lugar (...)”,
“se trairdes a fé de nós que morremos/
Jamais dormiremos, ainda que cresçam papoilas/
Nos campos da Flandres”.
John Mccrae
in "Publico" on-line

e, a partir de uma ideia/post de Papoila

Tuesday, November 06, 2007

"A Sétima Porta", de Richard Zimler

Vindo lá do FORUM CIDADANIA ( ideia de Carminda Pinho) , chegou este desafio que , desde já desdesafio porque não vou enviá-lo a ninguém... a não ser que alguém chegue e pense " vou pegar neste desafio!" e o leve consigo e ponha a ideia a circular sem romper o elo...
Mas eu, pela delicadeza que merece esta Amiga, vou dar-lhe forma...

1ª) Pegar um livro próximo (PRÓXIMO, não procure);
2ª) Abra-o na página 161;
3ª) Procurar a 5ª frase completa;
4ª) Postar essa frase em seu blog;
5ª) Não escolher a melhor frase nem o melhor livro;

6ª) Repassar para outros 5 blogs.

Ainda tenho à mão, mesmo perto, o mais recente livro que li .
"A Sétima Porta" de Richard Zimler ( autor de " O Último Cabalista de Liboa", entre outros, possui admiráveis qualidades humanas; nasceu perto de Nova Iorque , naturalizou-se português e vive no Porto). A acção desta obra - Berlim, tempos de Hitler e a II Guerra Mundial com perspectiva muito diversa daquela a que estamos habituados... onde são claras as adaptações camaleónicas que o medo inculca em seres aparentemente normais.

Então vou abrir...página 161... se o livro não tivesse página 161... como seria???
5ª frase completa:

" Também pensei nisso, Sophele, mas acho que a Vera e alguns dos outros podiam assustá-lo".

Sunday, November 04, 2007

Quietude

sem sopro
de ar
as folhas
quietas
bocejam.
...
com fastio
de onde
em onde
uma folha
desprende
o ténue fio
e balança
muito devagar
sozinha
até tombar
no chão.
...
sem um sopro de ar
as folhas bocejam.
...

cores

estende-se a luz; estendem-se as cores todas ao sol; cores de experiências de pintores pacientes; amarelo vivo, amarelo pálido e seco; castanho esgotado e duro; verde das ridículas giestas, das pegajosas estevas, verde das mimosas esperançadas numa primavera a destempo, verde dos pinheiros indiferentes; de repente, o fulgor do laranja e do vermelho-valentino ladino e triunfante; estende-se a luz radiante... por esses montes!

Thursday, November 01, 2007

1 de novembro

...
correm a par
um par de crianças
...
um casal de origem
indiana e um filho
parados em frente
à loja dos telemóveis
fechada
...
o polícia caminha
na rua fazendo
o seu giro
...
três homens
entendem-se
num linguajar
estrangeiro
...
a calma da tarde
tão calma
deixa perceber
o barulhar
da "sardanisca"
a correr
entre as folhas
secas dos arbustos
rasteiros
...
apaziguar
as almas
que partiram
e os espíritos
que ficaram
com flores
orações
e rituais
...
e acima
das sombras
das esquinas
dos telhados
das igrejas
dos campos
das árvores
dos casais
o sol!