Saturday, September 01, 2007

Setembro

ouve-se o sossego



na praça,



vozes baixas



nas escadas



junto à catedral;



folheio o jornal



muito devagar,



bebo um café



melancólico;



do miradouro



no quadro bucólico



da paisagem



nem quase aragem:



rodam num torpor



comedido as hélices



dos monstros eólicos



encarrapitados



especados



num céu pálido.





17 comments:

Jorge P. Guedes said...

Local e tempo descritos na prosa poética a que já me habituei em ti.

Vi-me lá!

Abraço.

zef said...

...e, aqui tão perto, há que tempos não passo por lá...Voltarei, com a memória dum "café melancólico".
Um abraço

Meg said...

Assim vale a pena, Renda.
Quando nos deixamos levar pelos sentidos e os conseguimos descrever.
Estive lá, contigo, a tomar esse café melancólico.
Beijinhos

Kalinka said...

BELA POESIA.
Parabéns. Gostei.

Olhe para o lado:
Há sempre alguém que
Quer ser abraçado e
Não tem coragem de dizer.
Enlace-o.
O pior que pode acontecer
É ganhar de volta um sorriso de carinho
Ou quem sabe, uma palavra sincera.
Você vai descobrir
Que ninguém está sozinho
E que a vida pode ser
Um eterno céu de primavera.

Um bom domingo
Na companhia de quem mais te abraça...

E, eu continuo com o ALFABETO. Estás curiosa?
Beijitos, letra B

Um Certo Olhar said...

Também gosto de poesia. Encantei-me pela trovadoresca.
Beijinho

Andreia said...

Boa semana para ti!

Carminda Pinho said...

Renda,
estive lá ...em Mogofores e, trago comigo as saudades das gentes daquele distrito que é o nosso, Aveiro.
Desta vez não comi leitão, fiquei-me com os franguinhos do Pompeu e pela cabidela de miúdos... há, também me deliciei com o fresco e saboroso espumante do Luis Pato.
Trago cheiros e sabores para ti.
Beijos

Papoila said...

Um jornal folheado junto à catedral com um café melancólico tenta nesta aragem morno de setembro... e esse torpor dos detestáveis monstros eólicos às vezes não é nada comedido.
Gosto desta tua poesia pictórica.
Beijos

Kaotica said...

Querida renda

Adoro o ritmo dos teus poemas.

Bjos

Kaotica said...

querida Renda

Adoro o ritmo da tua poesia!

Bjos

Isamar said...

Junto-me a ti num café melancólico num fim de tarde a ler o jornal.
Boa companhia.
Beijinhos

CHEVALIER DE PAS said...

Agora descobri os poetas dos palop's

Em teu macio olhar repousa o meu.
E na face polida, assim formada
se reflecte e recria o próprio céu.

Daniel Filipe - Cabo Verde

C Valente said...

poema com tempo e alma
saudações amigas

A Professorinha said...

Dizem que uma imagem vale mais que mil palavras... neste caso, as tuas palavras valeram mais que uma imagem só!

Beijos

Isamar said...

Passei , reli o poema, senti-me aí no café, contigo, a observar a sé e o D. Sancho I enquanto lias o jornal.
A Maria Mamede é uma amiga e os seus poemas são, quanto a mim, do melhor que actualmente se faz.
Beijinhos

Osc@r Luiz said...

"Quando entrar setembro e a boa nova andar nos campos
Quero ver brotar o perdão onde a gente plantou
juntos outra vez
Já sonhamos juntos semeando as canções no vento
Quero ver crescer nossa voz no que falta sonhar
Já choramos muito, muitos se perderam no caminho
Mesmo assim não custa inventar uma nova canção
que venha nos trazer
Sol de primavera abre as janelas do meu peito
A lição sabemos de cor, só nos resta aprender..."

Um beijo, querida.
Sejam bem vindos a nossa primavera e o outono de vocês.

C Valente said...

o tempo encurta ou alarga distancias depende. saudaçõe amigas