Na cidade-fantasma, o nevoeiro infiltrou-se em todas as frinchas das casas e das árvores, adensou-se sobre o chão e escorregou pelas lajes de pedra. Estavam isolados havia quatro dias. Isolados não queria dizer impedidos de sair ou entrar na cidade. Simplesmente, significava que não tinham acesso à luz do dia, para já não dizer , ao brilho do sol. Só viam as casas, se estivessem a um palmo das
Sufocados por esse sentimento impotente de escuridão, foi, com alívio, que saímos, quase em fuga, do nevoeiro e da chuva que caiu de novo pela manhã. Em busca do sol, de horizontes abertos em socalcos magníficos, obra sempre surpreendente da força e vontade de mulheres e homens fora do comum, entre os quais se contam muitos dos nossos antepassados, alguns imigrantes oriundos do então reino da Galiza, especializados na arte de surribar as vinhas. Em busca do Douro, das paisagens espelhadas nas suas águas, com as casinhas e quintas tremeluzentes da dança da corrente, um barco rabelo fundeado em simetria e uma cidade inteira mergulhada, de pernas para o ar.
Almoço da região, a evocar o arroz do forno da nossa Avó – nunca nenhum se comparará algum dia ao dela, porque lhes
E o Douro ali tão perto. E as nossas raízes!
1 comment:
Ah, os velhos rituais dos comeres de aldeia...que bonitos são!
um bjnh.
Jorge G
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