
Não acendas ainda o sol,
espera mais um pouco,
deixa-me ficar em botão
esta primavera, embrulhada
nas pétalas enroladas
de cetim em penumbra
calculada, deixa-me ficar
em algodão na crisálida
a sonhar a fantasia e a luz,
as asas de seda da borboleta,
à procura da canção mais bonita
da palavra mais certa, do gesto
mais puro, deixa-me ficar,
espera, não acendas ainda
o sol...