ouvi farfalhar
talvez a fuligem despresa das paredes da chaminé
um rumor
talvez a fuligem caindo das paredes da chaminé
um baque surdo
talvez a fuligem solta das paredes da chaminé
gritos presos nas asas agonizantes de susto
a agonia da prisão
o clamor
um pássaro negro de fuligem
no estertor
da escuridão
a asfixia
o coração encurralado
abram essa janela
deixem entrar o ar
o sol, o calor,
a liberdade
vai o pássaro em agonia
quase se estilhaça
contra o desespero da vidraça
corrige o rumo
fora, desata num voo livre, recto, forte
longe, longe
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2 comments:
Gosto, Renda. Sobretudo da quase obsessão de "talvez a fuligem...", em espaço fechado, em contraponto com o voo livre, porque conquistado, do pássaro.
Umabraço
nós, os pássaros como o pássaro, vamos bater até sangrar contra portas fechadas e opacas, exigindo a luz e os espaços ...
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