Sunday, August 14, 2011

Praia

sou um vulto quieto
sentado numa cadeira
por dentro da moldura
da porta.
lá fora, a varanda alta
em baixo, o mar,
a linha ínfima do horizonte
em sol fogo.
a areia da praia
vai ficando só.
sou o vulto ensimesmado
não tiro os olhos
das ondas contínuas.
a luz de prata fere o olhar
a seguir desmaia e cai.
onde vai o barco à vela
que passa sem parar?
ficou a praia deserta
a noite vem sorrateira.
deixo o meu vulto
à varanda e desço.
pedimos a bebida do costume.
vamos brindar ao sol.

No comments: