Thursday, December 13, 2012

Filosofando em dia de nevoeiro


o nevoeiro desce sobre todos
sobre tudo
não se vê nada, só vultos
a fugir sem pressa,
fantasmas a dobrar
as esquinas
de ruas assombradas.

nestas manhãs pardas
que mistérios nos esperam
no final da ponte
nas curvas da estrada
nas encruzilhadas?

o gato estendeu o corpo amarelado
no telhado
confundiu a luz cinza-esbranquiçada
da neblina e procurou o seu lugar
das manhãs de sol.

à socapa
o homem no supermercado
entretém-se a trocar os preços
dos produtos à venda.


3 comments:

Silenciosamente ouvindo... said...

Um poema que traduz realidades
da vida. Gostei.
Amiga, hoje venho especialmente
desejar-lhe um Feliz Natal e a
sua Família.
Que em 2013 nos possamos continuar
a encontrar, neste mundo da
Blogosfera.
Um beijinho
Irene Alves

Duarte said...

Sensibilidade à flor da pele que me inspira assim...

O nevoeiro

Aroma que emerge,
Energia que imana,
Frescor salino na pele.
Mar misterioso, oculto.
Ouço-o ainda
Detrás da espessura invisível.
Rumor de Oceano,
Areia fina,
Restolha debaixo dos pés.
Vai-se embaciando,
Faz-se mais espessa,
Atino pelo olfacto...
Será nevoeiro?
Sinto-me curtido pelo mar!

Abraços de vida, querida amiga

Alessandro R. said...

Cada vez mais raro hoje em dia..

pensar diferente, pensar em versos.
Parabéns..
http://umversoemeio.blogspot.com.br/