Monday, April 16, 2012

No parque. Chuva.

Que saudades eu tinha
de caminhar à chuva
limpar a alma
seca do pó dos tempos
caminhar nesta calma
sentir cada gotinha
que a terra suga
e as flores sorvem
ficar assim parada
as andorinhas em acrobacias
rasantes sobre o lago cinzento
quedar-me assim deslumbrada
a sensação de fresca liberdade
das crianças de sempre
de outros tempos e lugares
a chapinhar em cada poça encharcada
chegar a casa molhada
e os pés às gargalhadas...




1 comment:

zef said...

Que saudades disso, Renda!
E até,lembro-me bem, às vezes apanhava chuva só para, chegando a casa, a minha mãe me desse um cálice de vinho fino e me pusesse a dormir, com um ralhete...Que bom ralhete!
Nessa altura as crianças não sofriam por coisas assim, nem pelo vinho fino, nem do ralhete.
"Os pés às gargalhadas", palavras bonitas!
Um abraço
(Ó Renda, As letras bailarinas que aparecem em baixo são umas malvadas. É um martírio fazer-lhes a vontade...)