Wednesday, May 12, 2010

Pesadelos


Cortem-me estas amarras

que me pesam

me prendem

a pesadelos e demónios

a vaguear na escuridão

das noites negras:

nem as cigarras

posso ouvir

nem sei colher

o pequeno malmequer

do outro lado

do arame farpado
com este aperto

no peito que me tolhe;

enquanto caminho

a destropeçar de pedra

em pedra,

sinto uns passos,

volto-me de repente,

vejo-me sombra

da minha sombra,

um restolhar de folhas

mais nada nem ninguém...

2 comments:

Duarte said...

É a presença na solidão...
não viajes sozinha!
São caminhos da escuridão,
não ouves a voz minha.

Abraços de vida

rendadebilros said...

Que bom senir-me assim acompanhada!!!